Muito mais

Gosto de olhar para as pessoas, às vezes recebo um sorriso, outras vezes um comprimento, mas jamais uma indiferença. Quando olho, faço com amor, procurando mostrar de mim o que tenho de melhor. Gostaria de fazer a mesma coisa quando paro nos faróis, e os flanelinhas vêm oferecer limpeza para os meus vidros nem tão sujos.

O exercício da vida é constante e o seu esforço deve ser consciente. Passei algumas horas na estrada, estes dias indo de uma cidade para outra, conhecendo gente nova, me relacionando com o mundo e com o tempo, buscando através dos outros saber mais um pouco de mim. O que sou manifesto naquilo que os outros são no orbe.

Olho para o homem na estiva e vejo parte de mim, sei que sou parte do todo então tenho ali um pouco de mim. Vejo a mulher na praia, vida mansa, imagino que tem ali um tanto da minha pessoa e como sou ela também é, pois somos todos juntos aquilo que temos no inconsciente coletivo que nos governa e nos faz viver assim, como somos.

Faça você o mesmo exercício e olhe o outro sem receio, procure nele partes de você mesmo e verá como é fácil se viver em paz. É só aceitar do outro aquilo que temos dele dentro de nós, sem receio de sermos um, sem medo de perder a nossa identidade, na certeza de que assim nos expandimos e somos na verdade, muito mais.