FALANDO SÉRIO

By Alcir Florentino

Todos nós sabemos que a chamada “doutrina administrativa” que centenariamente predomina nos EUA, tem influenciado o mundo inteiro, formatando uma escola com sucesso, que dita seus ensinamentos e experiências, passando por Haward e outras grandes Universidades Americanas.

Não poderia ser por menos, pois na mais poderosa nação do mundo, capitalista por excelência, quando se fala em remunerar o capital, as formas, os conceitos e suas diferentes aplicações, têm sido adotadas também no Brasil pela própria USP- Universidade São Paulo, bem como pela própria Fundação Getúlio Vargas, guardadas as devidas proporções, obviamente.

Em nosso pais_ o Brasil, estas escolas são expoentes nobres e eficientes do que existe de mais moderno, dinâmico e exeqüível em nível de gestões empresariais, fomentando há décadas uma consciência de que somente os melhores e mais preparados sobrevirão e destas escolas têm saído uma gama enorme de Consultores que estão ajudando pequenas, médias e grandes empresas a se desenvolverem ao máximo seus potenciais, num mercado extremamente competitivo, ganhando seus milhões e solidificando cada dia suas marcas e filosofia de trabalho.

A mim sempre causou maior admiração à ação, experiência, visão e o discernimento de um dos maiores empresários brasileiros. Estou me referindo a ilustre pessoa do Dr. José Hermínio de Moraes, do Grupo Votorantim, que por décadas tem construído bases sólidas, respeitosas e acima de tudo, num país como o nosso que já passou por tantos planos econômicos, o Grupo Votorantim sob a liderança desse grande homem, soube passar pr cima de todas as dificuldades e barreiras e a cada ano se torna cada vez mais competente, a ponto de figurar no cenário empresarial mundial, como exemplo a ser seguido.

Recordo-me quando há anos atrás, preocupado com a sucessão em seu grupo, o Dr. José Hermínio de Moraes, mandou seus filhos estudarem aqui nos EUA e, após suas graduações e especializações, ao voltarem ao Brasil, foram nomeados Diretores Trainee em suas empresas, passando pelas diferentes áreas, até se sentirem perfeitamente capazes, antes de serem efetivados em seus cargos de diretoria , exemplos que deveriam fazer escola dentro e/ou fora de nosso país, pois na maioria das vezes, pessoas despreparadas, mal formadas sem nenhuma competência e experiência, colocam em seus bolsos um business card de Diretor e saem por aí vendendo uma imagem que não tem e aos poucos comprometem seus negócios, inviabilizando-os por completo, complicando a vida de funcionários e colaboradores que acreditaram neles.

Agora, enfocando o empresariado brasileiro nos EUA, com raríssimas exceções, a maioria é despreparada e não procura “profissionalizar-se” naquilo que pretende fazer e, quer vencer no maior país do planeta, sem o conhecimento necessário e indispensável “tocando” suas empresas sem normas, métodos, conceitos, filosofias de trabalho, à mercê da própria sorte.

Ressalvo, no entanto, que o brasileiro é determinado por natureza e talvez por ter enfrentado muitas dificuldades em nosso país, onde tivemos altos e baixos (e por que não dizer sobressaltos nas variáveis econômicas), num passado recente que levou à quebra boa parte de empresas, indústrias e prestadoras de serviços nos grandes centros empresariais principalmente do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, tem uma “certa habilidade” que o ajuda a esgotar todos os meios possíveis e imaginários, antes de fechar as portas propriamente dito.

Não obstante esta postura, claro que não se pode e não se deve adotar exemplos da política equivocada que se adotou por décadas em nosso país, visando lucro exorbitante. Pode e deve ser mais cauteloso como empreendedor e se preparar pra gerir seus negócios com competência e, acima de tudo adequando-se ao “modus operandi” americano, cuja economia sólida sem aquela sanzonidade inflacionária, mostra que em qualquer ramo de atividade o lucro nunca será exorbitante, porém se trabalhado numa perspectiva coerente com a filosofia americana, é possível incorporar-se entre os melhores de seu setor, com relativo sucesso!

Destarte, o grande erro falando sério é que, aqui nos EUA, alguns candidatos a empresários, nem bem começam na vida empresarial, onde a preocupação deveria ser de construir bases sólidas, fomentar crescimento sustentável, fazer capital de giro razoável, para não só prover a expansão de seus negócios, como também se preparar para as chamadas “intempéries”, a visão da maioria é distorcida da realidade, pois em pouco tempo “coloca-se” num padrão de vida muito superior daquele que sua real condição pode proporcionar e logo o “sonho dourado” torna-se pesadelo.

Por outro lado, quando o empresário é capaz de fazer uma autocrítica , concluindo por estar despreparado para o seu negócio, tomando precaução necessária de buscar ajuda, pode ser que reverta sua situação, no entanto, quando falta esta consciência e passa a culpar os outros por seu insucesso, é caso perdido!!! Cuidado, isto pode ser uma advertência, um aviso.

Matéria publicada no Jornal Folha Brasileira, Flórida - EUA