Um detalhe sobre a Inquisição

Nunca faltam adversários da Igreja Católica para lembrar a toda hora da Inquisição, inclusive com exageros absurdos, como os "milhões" de mortos, número delirante. É fato que a Inquisição cometeu crimes, mas curiosamente um dos piores - o julgamento de Joana D'Arc - não costuma ser lembrado. Ao que parece, não querem tomar as dores de uma santa, como tal oficialmente reconhecida pela Igreja Católica.

Joana apelou ao papa, mas os bispos que a julgaram, num julgamento iníquo, recusaram-se a encaminhar seu apelo.

Eu costumo dizer que, nesse julgamento, a Igreja era Joana e não o tribunal que a julgava.

Mas o que eu quero frisar é o seguinte: por que, nos dias de hoje, quando alguém começa a falar em Inquisição, é sempre a Inquisição Católica?

Por que só falam na Inquisição Católica, se também existiram a Inquisição Protestante (que matou Miguel Servet) e a Inquisição Anglicana (que matou São Thomas Morus)?

Miguel Servet, o médico que descreveu a circulação pulmonar. Queimado vivo pelos calvinistas.

Thomas Morus, autor do célebre romance "A Utopia". Decapitado por ordem de Henrique VIII, o monstro que também fez decapitar duas esposas e era chefe da Igreja Anglicana, que ele separou da Igreja Católica.

Por que essas outras inquisições são omitidas e a única preocupação é falar mal da Igreja Católica, por coisas que há muito deixaram de ocorrer?