O QUE SIGNIFICA A REGRA DO NECESSÁRIO?

Essa é uma prova de que meu amor por Jesus é concreto. Só se ama quem nós conhecemos. E é também para mim uma busca incessante de responder a doce pergunta de Jesus para seus discípulos: “E vós, quem dizeis que eu sou?” (Lc 9:20) Desde que comecei a andar com Antônio Maria e participando ativamente do seu sacerdócio (serviço), comecei a entender também o meu sacerdócio laico (serviço-assumido no batismo). Assim, na minha inquietude interior, venho buscando juntamente com o grupo de leigos do Prado em João Pessoa, através da leitura orante e do Estudo de Nosso Senhor Jesus Cristo, “tornar-me”, um VERDADEIRO DISCÍPULO, como assim fez Antônio Chevrier. “Conhecer Jesus Cristo é tudo.”, dizia o fundador do Prado. Nos últimos quatro anos de minha vida, essa afirmação provocativa me incentivou a ler os livros: “O VERDADEIRO DISCÍPULO” e “UM MESTRE ESPIRITUAL” (Cartas volume II) e por último comecei a meditar com o coração e a vida a REGRA DO NECESSÁRIO (O Único Necessário). No entanto, para conseguir falar sobre a experiência do Necessário, necessito compartilhar onde e como eu vivi nesses últimos quatro anos... Minha experiência viva como o Cristo pobre dos pobres. Com o apoio, amor, dedicação de minha esposa Jane e meus filhos e filha: Nilson, Lucas, Pedro e é claro... de Cândida e nossos netos: Miguel, Antony e Maria Aurora. Não vou descrever as misérias que vivi da abundância do pecado, mas sim a Superabundante graça de Deus. A razão da minha paixão pelo Mestre. A pobreza não deve ser apenas um mero dispensar de coisas materiais. Ter ou não ter as coisas materiais depende de nossas escolhas. Mas, a verdadeira pobreza que experimentou Chevrier junto ao Cristo, foi ter conseguido alcançar se converter numa noite de Natal contemplando a pobreza do presépio e sucessivamente o Sacrifício da Cruz e o mistério da Eucaristia. O tripé da Regra do Necessário.

Admito que não consegui amar como Jesus amou, mas escolhi não odiar, o quanto fui odiado. A partir dessa escolha, tive autoconsciência do sacrifício de Cristo e passei a sofrer com esperança, fé e amor. E não com revolta, como assim éramos treinados. Mesmo no inferno da solidão, eu sentia alegria por ser filho pródigo, onde a todo instante ele me abraçava com tanto amor e carinho, que me tornava divino.

Passei a não ter nada. Pois, por mais que eu me esforçasse para ter, Jesus me levava a ser. Sem amigos, uma solidão triste e amarga. Trabalho pesado. Sem dormir. Má alimentação. Etc... Saúde frágil, sem forças para prosseguir... mas Deus é minha força. Rezo sempre: “Toma conta de mim ó Jesus.”

Duas vezes por mês, eu me confessava e comungava, até mesmo recebia o sacramento da Unção. Ele se tornou o meio pelo qual Jesus deixou de ser apenas um espírito, uma ideia para mim e tornou-se carne e se humanizava em mim, assim como eu me divinizava Nele. Por, com e em Cristo. A vós Deus Pai Todo Poderoso. Toda honra e toda graça, agora e para sempre. A Palavra é o meu sustento. Na dor, na alegria, na solidão... não importa. Ela é minha alegria, porque quanto mais eu lutava, mais provações aconteciam e acontecem, mais ainda Cristo se faz presente e ainda mais eu me apaixono por ele.

Ele agora é concreto. Eu me esforçava para não ser e nem ter nada para mim mesmo. Nem minha vida era minha. Tudo nas mãos do mestre. Meu Mestre. Aprendi a viver como Jesus viveu: “E passando pelo meio deles, Jesus seguia seu caminho.” (Lc 4,29-31) Acreditar na graça é fácil. Mas, na hora da tempestade... É pura graça do Espírito Santo. Assim, para mim, ter e viver o Único Necessário é o todo, o tudo para minha paz e alegria no Senhor. O resto é nada. Simples assim? Não foi e nunca será. “O único necessário para nós é fazer bem a catequese e orar, o resto é nada”. (VD 299)

Hoje, vivo uma paz e serenidade, permeadas pela beleza da alegria, que não tenho palavras o suficiente para explicar. Continuo minha caminhada de conversão rumo à santidade, vivendo como diz a Palavra de Deus: “Basta a cada dia a própria dificuldade.” (Mt 6:34) Não é fácil, no entanto para meu Deus nada é impossível... estou buscando trabalho. Estou tentando me adaptar ao novo. Porque minha vida social, afetiva, ficou estagnada. Estou participando do grupo de leigos do Prado, comecei a participar do grupo da Leitura Orante e duas vezes por mês celebro com Antônio, na casa dele, a Eucaristia.

Portanto, para minha pessoa, dentro da regra do necessário tem o conteúdo maior que é: “O ÚNICO NECESSÁRIO.” Possuí-lo e se contentar com ele é TUDO que eu preciso para viver com os meus semelhantes mais necessitados, minha fé tão pequenina, mas, tão fortificada pela graça de Deus, que não me resta outra coisa senão contemplar com o Salmo 145 (146) versículos de 7-10. “Fazer justiça aos oprimidos, dar alimento aos que têm fome. Libertar os prisioneiros, iluminar os cegos, levantar os abatidos. Amar os justos, cuidar dos migrantes, sustentar os órfãos e as viúvas e confundir o caminho dos ímpios.” (Bíblia Sagrada CNBB, pág.852)

E nessa busca constante pela minha renovação interior estou reconstruindo com a graça de Deus o meu Único Necessário. A convivência com minha família, com a cabeça da igreja, que é Jesus, com os meus irmãos do Prado, leigos e sacerdotes. E acreditando que: “Conhecer Jesus é tudo.” O resto virá por acréscimo. Peço aos irmãos que rezem comigo, por mim e pela nossa família e que me ajudem a conhecer, amar, seguir e servir Jesus, tornando-me um “bom pão”, feito pela graça da pobreza do presépio, da beleza da Eucaristia e do Sacrifício da Cruz. Que Deus abençoe a todos. Paz e bem! Com alegria também.

Eugênio Costa Mimoso

João Pessoa, 16.11.2024

Eugênio Costa Mimoso
Enviado por Eugênio Costa Mimoso em 16/11/2024
Código do texto: T8198159
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