Comunhão nas mãos?

 

É comum observar em missas transmitidas pela televisão que a maior parte dos comungantes recebe a hóstia sagrada na mão, para levar à boca.

Parece ter se generalizado esse hábito no mundo.

Confesso que me incomoda.

Certo, isto foi autorizado por Paulo VI mas não é obrigatório e nem mesmo, a meu ver, preferível.

No início da Cristandade os fiéis recebiam a partícula nas mãos, aliás foi o que se deu na Última Ceia, quando Jesus Cristo instituiu a Eucaristia e a deu aos Apostolos. Mas não eram hóstias, era o pão comum, que Ele dividiu entre os doze. Só bem mais tarde foi instituído o sistema dos pequenos discos de pão, as hóstias.

Receber diretamente na boca, na língua, passou a ser a forma habitual durante muitos séculos. E isso por causa do grande respeito que deve existir para com as partículas consagradas, que sabemos ser, pelo milagre da Transubstanciação, o próprio Corpo de Cristo.

Muita gente não entende essa doutrina e julga que se trata de mero símbolo. Não, não é símbolo, nós cremos na Presença Real de Cristo nas hóstias consagradas. Se fosse apenas símbolo não precisavam as palavras de consagração pronunciadas pelo padre celebrante, repetindo as palavras de Cristo: "Isto é o meu corpo", "Isto é o meu sangue" (o vinho consagrado, que normalmente só o padre e concelebrantes consomem).

As espécies do pão e do vinho continuam - as aparências - mas não se trata mais de pão e vinho, pois a consagração, que só pode ser feita por um sacerdote devidamente ordenado (esse o grande poder dos padres, que nem os anjos possuem), traz a presença real de Jesus em corpo, sangue, alma e divindade.

Por certo, esta perpetuação do sacrifício de Cristo na cruz já não é cruenta, é sacramental, a presença é sacramental, mas não simbólica, porque é real: Cristo realmente está ali.

É por isso que, a meu ver, quem comunga faz bem em receber diretamente na boca. Pela televisão, estando fora da cena e com visão privilegiada, podemos ver mais claramente que as pessoas recebem a hóstia na mão e vão saindo da fila de comungantes colocando a hóstia na boca, como se estivessem comendo um biscoito. O certo seria introduzir a hóstia antes de sair da fila, mas todo mundo tem pressa, não é?

Como se isso não bastasse, existe a possibilidade de escamoteação, ou seja, a pessoa guardar a partícula para levar em ritos blasfemos de satanismo. Isso foi denunciado na época em que foi dada a permissão de receber nas mãos.

Eu só aceitei receber nas mãos na época da covid, quando por razões médicas se proibiu a recepção diretamente na boca.

 

 

imagem da Aleteia