Retórica, segundo Citelli
A Arte da retórica ou linguagem persuasiva pode ser representada em quatro partes de molde a determinar algumas técnicas de produção de textos. Citelli (2006) traz para nossos dias essa visão clássica, segundo Aristóteles (384-322 aC):
EXÓRDIO: É o começo do discurso. Pode ser uma indicação do assunto, um conselho, um elogio ou uma censura, conforme o gênero do texto em causa. Para nosso efeito, consideramos o exórdio como a introdução. Essa fase é importante porque visa assegurar a fidelidade dos ouvintes.
NARRAÇÃO: É propriamente o assunto, onde os fatos são arrolados, os eventos indicados. Segundo Aristóteles: “O que fica bem aqui não é nem a rapidez, nem a concisão, mas a justa medida. Ora, a justa medida consiste em dizer tudo quanto ilustra o assunto, ou prove que o fato se deu, que constitui um dano ou uma injustiça, numa palavra, que ele teve a importância que lhe atribuímos” É propriamente o andamento argumentativo.
PROVAS: É parte do discurso persuasivo a prova do que se diz. A credibilidade do argumento fica dependente da capacidade de comprovar as afirmativas. Essa fase do discurso é particularmente significativa no discurso judiciário no qual as provas se tornam determinantes para a ordem do processo.
PERORAÇÃO: É o epílogo, a conclusão. Pelo caráter finalístico, e em se tratando de um texto persuasivo, está aqui a última oportunidade para se assegurar a fidelidade do destinatário. A ela se referia Aristóteles: “A peroração compõe-se de quatro partes: a primeira consiste em dispô-lo (o ouvinte) mal para com o adversário. A segunda tem por fim amplificar ou atenuar o que se disse; a terceira, excitar as paixões no ouvinte; a quarta, proceder a uma recapitulação”
Referências
Citelli, Adilson.Linguagem e persuasão, Addr. São Paulo:2006, p. 7-13.