Caminhada
Andando pela avenida, em frente ao farol, vejo crianças brincando, vendendo balas, sofrendo a perda da infância e da inocência;fazendo as pessoas sorrirem,enquanto o coração chora, mas defendem o pão.
Ando mais um pouco e vejo uma praça, adolescentes oferecem o corpo para comprar a droga que um dia alguém lhe deu e disse que era bom e que ajudava a se sentir melhor;hoje se sente a pior das criaturas mas não consegue deixar o vício e sofre a discriminação da sociedade e da ´própria família.
Mais alguns passos e eu ouço tiros, houve um assalto;jovens foram roubar dinheiro para dar ao traficante, garantindo a vida no mundo incerto das drogas.
Continuo minha caminhada...passo em frente a um corpo estendido no asfalto, uma mulher,desesperada, chora a morte de seu filho ainda jovem, que foi atingido por uma bala perdida, enquanto voltava do trabalho. Em uma disputa entre traficante e bandido o pobre rapaz morreu, sem aumenos saber porque estava morrendo.
Paro.
Sento em um banco, em frente ao cruzeiro da praça, e fico a remoer meus pensamentos: "Quanto sofrer, quanta luta desigual, quanta hipocrisia em dizer que se pode tirar uma vida e fazer uma guerra fria."
Precisamos todos ser mais humanos, mais sensíveis, menos hipócritas, menos egoistas.
Oferecer ajuda no lugar de criticar, estender a mão no lugar de empurrar, ensinar a fazer em lugar de oferecer pronto.
Fazer a nossa parte.
Todos temos nossa parcela de culpa, todos podemos fazer algo.
Ainda existe fé. Ainda existe esperança; basta semear amor nos corações de nossas crianças, ensinar o respeito e respeitar uns aos outros.
Quando cada um se conscientizar de que é responsável pelo irmão do lado e que deve ama-lo como ama a si mesmo o mundo será melhor.