# Kalúnia 2024: Empresariado domina o Congresso
Um jornal de boatos confirmados
As duas últimas votações econômicas da Câmara Federal e do Senado aprovando taxação de importações e a manutenção de benefícios fiscais para a indústria demonstraram claramente a disposição do parlamento contrária a política econômica do Governo Federal , a favor do empresariado. O mesmo empresariado que , ao contrário, sustentou todo o tempo a política econômica do desgoverno Jair Bolsonaro.
No caso da taxação das compras em sites estrangeiros atuou com toda força o dono da Havan, Luciano Hang, com a bancada bolsonarista e o Centrão. Nos benefícios fiscais ou desoneração de setores da indústria, houve especial atuação da Confederação Nacional da Indústria - a CNI.
As duas derrotas do Governo Federal representam um grande sinal de que seu projeto de arcabouço fiscal já está gravemente comprometido. E com isto uma séria crise fiscal. Tanto que já se especula que o rombo fiscal vai aumentar; que Haddad está sozinho e abandonado e que o Banco Central, diante desse quadro, vai desistir de baixar pela última vez a taxa Selic em 19 de junho e a manterá em 10,50%.
Assim colocou Gilberto Menezes Cortes em seu último artigo no Jornal do Brasil:
"Ao comentar a devolução, pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), da Medida Provisória que extinguia a compensação tributária do PIS/Cofins, o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, desabafou: "Nós hoje voltamos para nossas casas um pouco mais aliviados" (...). "Esperamos que o governo, qualquer que seja outra medida, antes venha discutir, venha dialogar com o setor produtivo, porque é ele que paga a conta e que recolhe os impostos. Queremos o diálogo." Não é o primeiro empresário do setor rural, da indústria, do setor de serviços, que inclui o comércio, ou do setor financeiro, que se jacta de “pagar impostos”.
Para começo de conversa, quem paga impostos não faz mais do que a sua obrigação social. Mas, tirando o IR declarado pelo empresário como pessoa física, todos os demais impostos acabam sendo transferidos (no preço dos serviços e produtos) para o consumidor. Este sim, o grande pagador de impostos no Brasil, como mostra a Reforma Tributária que quer tirar o maior ônus de impostos das contas do consumidor e transferir para as camadas de maior renda e patrimônio."