PEDRAS AO FUNDO DO MAR (Ou A parábola das pedras atiradas ao mar)
Parecia ainda muito jovem. Entre lagrimas de dor e angustia nítida, atirava pedras no mar. Atirava com força, como se elas a estivessem incomodando e delas quisesse se livrar. Eu olhava aquela cena com um misto de encanto e tristeza. Encanto por ser uma jovem formosa, parecendo tão cheia de vida e tristeza por vê-la sofrer tanto. Aos poucos fui me aproximando e criei coragem enfim para indagá-la:
- Por que você está chorando? Perguntei-lhe segurando sua mão.
- Essa vida cruel muito tem me maltratado – começou ela a explicar-me – Pessoas ruins no meu caminho, me fazem mal, me agridem como se eu nada fosse de importante na vida. Vida que por sinal parece não gostar de mim. Sim, parece querer me abandonar, não sei por que ainda não o fez.
- E o que a faz pensar que ficar aqui chorando e jogando pedras no fundo do mar melhorará sua vida?
- Não sei. Não sei se quero fazer algo, não sei se adianta fazer algo. Só sei que não vejo solução.
- Mas a solução está diante de ti, menina. Não vês?
- Como assim diante de mim? Acaso caçoas tu de minha dor?
- Não! Veja o que fazes: Atiras pedras ao mar que afundam e se perdem no mar. Lá ficarão para sempre. É exatamente o que estás fazendo com tua vida. Por que não tentas “mergulhar no mar da tua vida e de teus sonhos’ e não tentas lá encontrar as pedras jogadas lá no fundo, para assim começar a edificar teu castelo de felicidades?
A jovem pensou por um tempo, levantou-se, bateu as mãos nas nádegas e pernas e saiu sem nada falar. Nunca mais a vi...
Não tenho certeza..mas acho que este texto foi uma redação dos tempos de escola...