O Regresso
Ao rever meus guardados de outros tempos, uma fotografia, uma lembrança de nós dois. Até parece canção ou a rima de um verso, mas é o sentimento mais puro e verdadeiro de um amor crente e inocente.
Saudade me faz regressar e vivo a buscar os momentos doces de quantas vezes me levou ao êxtase. O amor é um fenômeno que contagia e na poesia eu e o encontro em elevado estado de purificação. Eu sinto o amor como se penetrasse minha pele, adentrasse meu peito e anestesiasse meu coração. É assim que sinto.
Às vezes, pressinto que o amor não nasceu para mim e que minha imperfeição se distancia da dupla felicidade. Talvez seja estupidez ou ignorância ou, ainda, coisa do passado, explique o que minha sensibilidade não é capaz de definir. Simplesmente, não posso continuar a maltratar meus sentimentos e a ferir os dos outros, como ilusão qualquer.
Percebi nesse breve regresso o que deixei para trás. Deletei sonhos, ilusões e fantasias como se tocasse uma tecla de um computador. Fiz muito mal a mim mesmo. Fui egoísta ao extremo e um consumir desesperado da solidão. Ah, solidão, essa sim, foi a mais fiel e companheira nos instantes de naufrágio e de melancolia.