A rosa e o espinho

Olhei a rosa distante, me apaixonei pela sua cor vermelha. Aproximei-me com cuidado e senti o seu perfume. Ela era maravilhosa, suas pétalas delicadas sugeriam ter sido feitas por mãos de fada e seu perfume tinha um cheiro tão delicioso que enlevava os meus sentidos ao estado de êxtase, e eu fiquei ali, longe me deliciando com sua beleza.

Olhei para o sol e senti os seus raios poderosos atravessando a minha pele, mostrando o seu poder no meu corpo. Olhando entre as folhas da roseira, vi os seus raios e compreendi que o seu poder alimentava a vida, transformando nela a sua essência, elevando o seu estado material num estado mais sutil, como a luz faz com a alma da gente.

Fiquei ali tanto tempo, que o tempo mudou e formaram-se nuvens no céu. Destas nuvens veio a água que molhou o chão onde estávamos, eu e a roseira. Percebi que as suas folhas se agitavam como plenas de felicidade. Compreendi que era a vida trazendo alimento, força e energia para todo o seu ser, misturando a substância à ação da terra e da luz.

Fiquei tão emocionado com a minha experiência que quis tocar a rosa e fui espetado pelo seu espinho, recolhi rapidamente a mão, quis ficar bravo, mas lembrei que jamais se pode condenar a um ser que age de acordo com a sua natureza. Aí está a verdadeira sapiência da vida, saber aceitar do mundo, o que é do mundo e de Deus a sua Força e Poder.