Mais um outubro, querido professor

 

A educação básica visa desenvolver o educando, assegurando-lhe a formação indispensável para o exercício da cidadania,  fornecendo-lhe meios de progressão no trabalho e em estudos posteriores; li esse texto no art.22 da LDB, parecia um bom texto, sai então em direção a parte prática da coisa, e se a educação tem como objetivo o pleno desenvolvimento humano, muito ainda precisa ser refeito com base na sociedade do agora, em que país e responsáveis depositam crianças e jovens em prédios escolares e permanecem inertes, a espera do grande milagre, desconhecendo ou ignorando totalmente suas responsabilidades diante do processo que não se restringe à escola.

 

Essa é apenas a ponta do iceberg, a tríade família, escola e comunidade perde forças ao longo de décadas, ninguém mais é responsavel por nada, mas alguém haverá de fazer algo, não vislumbramos quem, quando ou onde, enquanto uma nuvem cinza cresce e pesa sobre as cabeças dos professores, é comum esses profissionais sinalizarem situações pontuais e ouvir como resposta a possibilidade de deixarem a sala de aula, abandonar a profissão e recomeçar a vida de um outro prisma, são momentos de grande tensão, o educador está diante do educando e pede socorro, pois as teorias até aqui abordadas não coadunam com a realidade agora posta, a comunidade cobra resultado mas não apoia boas práticas, falta muitas vezes condições básicas minimas e entendimento  para com o processo, a negação e a transferência de responsabilidade para o educador é um peso maior a se acumular ao fardo já pesado, a ausência de educação doméstica dificulta o processo de educação escolar, a violência doméstica, a violência urbana, a fome, a falta de saneamento básico e tantas outras faltas provocam o desequilíbrio dessa estrutura enquanto a sala de aula é apenas um refúgio.