Guerra aos super-heróis

Eu estou informado sobre o estado de desânimo, de falta de estímulo, em nosso magistério. Ganhando salário de fome, desrespeitados pelos alunos, pais de alunos e autoridades, maltratados pelo Estado. Lembro de manifestações trabalhistas com professores levando borrachada da polícia. Já houve notícia de professor pedindo esmola, de professora assassinada pelo aluno.

Isso deve explicar em parte a omissão do magistério no que se refere ao fenômeno da violência pelos meios de comunicação, atingindo em cheio crianças e adolescentes.

São jogos de violência e matança continua, filmes policiais e de ficção científica repletos de brutalidade, romances idem, filmes de terror absolutamente mórbidos.

Nisso tudo pontificam os super-heróis norte-americanos e japoneses, que um dia foram inocentes apesar dos enredos toscos (quem lembra do Nacional Kid?).

Hoje em dia, com exceção da linha de meninas heroínas, o que se vê é violência estúpida, confusão gráfica, falta de verdadeiros enredos, moral rasa nos supostos heróis, ódio e agressividade que contaminam as mentes jovens e até uma tendência em transformar vilões em heróis, ou como o centro das atenções, como se vê nos romances de Thomas Harris ou como vem sendo mostrado com o Coringa, a Mulher Gato, Malévola e Cruela.

Espanta que pais e educadores não reajam ante o fenômeno degradante. Ora, passem numa dessas bancas que expõem as publicações no lado de fora, espiem as capas - somente as capas - das revistas de super-heróis da DC e da Marvel, reparem nas caras e nas atitudes agressivas, nas cenas horrendas entrevistas.

Não é de hoje existem estudos sobre a influência nociva desses quadrinhos e filmes. As crianças e adolescentes dormem tarde, ficam sonolentos nas aulas, suas mentes cheias de imagens caóticas. Isso sem falar que adquirem comportamento nervoso, agressivo, gostando de aplicar golpes.

Até hoje lembro de um advogado que conheci, me contando que tinha levado a filha de onze anos ao cinema, para assistir "Batman versus Superman". Eu cheguei a ver na televisão: um festival de insanidade, sem enredo digno desse nome, um caos visual, nada que preste.

Precisamos acordar para o mal que essas aberrações estão fazendo.

(imagem Pinterest; os personagens da Marvel; não parece mais uma visão do inferno?)