UMA MENINA CHAMADA SODOMA

UMA MENINA CHAMADA SODOMA

Ela havia descoberto a pólvora

Ela e seus haveres todos datados

Tudo ao redor com prazo de validade

A família, um produto industrializado

Lembrou-se mocinha ah abusada

A mãe a pariu no mundo obscuro

Para não servir de mais nada

Criança saída de suas entranhas

Víscera vitelina da barrigada

Entranhas daninhas do medo

Medo mundo, destino vagamundo

A manhã tingida por bala perdida

O sangue abundou dentre pernas

Ela, inocente, ignorava o que era

Ficou sabendo ao ser medicada

Bateu de cara na juventude muito

Muito atormentada. Diziam dela

Ser muito, demais atormentada

Os fantasmas afásicos migravam

Até ela vindos da 5ª dimensão

Ela ignorava a imensidão real

Dos registros akáshicos, etéreos

Vindos do abissal espaço, energias

Energia mal sabida, de cemitérios

Embebida no véu do berço materno

Dessabia do anjo que outrora guardara

No invólucro em redor da aura

A pílula psiquiátrica a mãe usava

Nela não fazia mais mínimo efeito

Provocava nela imensa tristeza febril

Repetia para o médico que vira JC

Num galho de pé de goiaba

A floração piriguete, piricrente

Perturbou a mente afetada

Passou a todos a impressão geral

De que estava, na real, demente

Restava-lhe escapar via cores

Purpurina e azulão de capitão

Virou protesta ante a mexer com

Política mixada à religião. Coitada.

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 19/07/2023
Reeditado em 19/07/2023
Código do texto: T7840473
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