Estações do ano

E nos primórdios do tempo...

Havia apenas o pó.

O tudo se confundia, se unia com o nada.

Luz e trevas se entrelaçavam.

O infinito.

O nada.

O universo.

Um infinito universo de um infinito nada.

Um manto de paz na incomensurável vastidão do espaço.

Era a existência do não ser.

Começou a brilhar um pequeno ponto que era tão imenso

Como o imenso verde da natureza.

Uma semente começa a brotar rodeando,

Na amplidão do universo em busca de seu próprio sol,

A luz eleva-se mais que as trevas,

A semente cresce.

A árvore da vida floresce, era a existência do ser

A grande primavera...

Aparecem os metais, o fogo, as palavras, a escrita,

Era o início da civilização.

Houve construções de castelos, surgiram diversas culturas,

A ciência apareceu.

Existia em cada colina,

A imensa paz, como o imenso azul do céu.

Em cada vale, a eterna esperança e na presença da natureza

A grande fé.

O sol nos dá luz e conforto para prosseguirmos,

É o grande verão...

De repente.....

Chega o outono

As folhas da grande árvore caem,

A semente pára de crescer

Homens se destróem,

Bandeiras são desfraldadas,

Castelos desmoronam como se fossem areia,

O amor agora é a única esperança

Guerras e mais guerras são declaradas,

Somos filhos da Terra,

e pelo nosso próprio destino,

Nos seios da Terra iremos morrer,

A natureza encontra-se, agora, em lúgubres sonhos de esperança.

O inverno chegou,

E na precipitação da angústia e da dor,

O homem aciona o dispensável botão,

É a fusão nuclear,

A fissão da Terra,

E agora? O que fazemos?

Não tem jeito, está declarada a última guerra,

O espectro da  morte desce, pesado, sobre nossas cabeças,

Na mente de cada ser vivente, a certeza do erro,

Na face pálida há fome e tristeza,

E em cada coração só existe solidão,

A árvore da vida morreu,

Voltamos ao que era antes, porém, agora, tudo são trevas,

O infinito.

O nada.

O universo.

Um infinito nada de um infinito universo.

Um pequeno ponto tão imenso, como um imenso negro mar...

E agora? Só nos resta pensar,

Até, até....que não precisemos dizer novamente ais,

E até....

Nunca mais.

Alexandre Manfredi
Enviado por Alexandre Manfredi em 05/07/2023
Código do texto: T7829799
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