A Religião é util e necessária
Não estou querendo responder a ninguém em particular mas, motivado por muitas críticas vistas desde muito tempo. Em resumo, muitas pessoas espalham que a religião não é necessária, que ninguém precisa dela para rezar, que religião é um meio de opressão, que prega castigo e inferno, que tudo é pecado etc.
E no entanto isso é altamente injusto.
Muitos anos atrás eu me encontrava no Mosteiro de São Bento, aqui no Rio, no pátio em frente à igreja, e travei conversa com uma senhora que lá estava acompanhada pelo filho rapaz. Queixou-se ela que o filho não queria saber de igreja e ele então declarou: "Basta crer em Deus!"
Muitas vezes em minha vida não tive presença de espírito mas naquela hora isso funcionou e eu respondi: "Não basta, não! O diabo também crê em Deus!"
Ele não gostou muito da minha resposta, mas a mãe gostou.
É claro, eu respeito quem acha que é preferível rezar em casa e fazer sua própria fé. Todavia , isso é como se isolar das riquezas que a Religião traz. Eu falo principalmente como católico, que é a minha religião, na qual fui criado mas, pelos estudos que fiz ao longo da vida, me convenceu plenamente.
O que ocorre é que muitas idéias absurdas são espalhadas a torto e a direito e muita gente acredita. Por exemplo, dizerem que Jesus não fundou nenhuma religião. Quem diz um absurdo desses parece que nunca leu os Evangelhos e os Atos dos Apóstolos, que mostram claramente o contrário de tal afirmação inconsistente.
Vejamos no Evangelho de Mateus, 16-15,19:
"Disse-lhes Jesus: "E vós quem dizeis que eu sou?"
Simão Pedro respondeu: "Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!" Jesus, então, lhe disse: "Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isso, mas meu Pai que está nos céus. E eu te declaro: tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus ".
Ora, por aí se vê, e por outras passagens, que Jesus fundou sim a religião do Cristianismo. Caso contrário por que ele iria dizer tão claramente, "a minha Igreja ", por que teria reunido apóstolos e discípulos, estabelecido o primado de Pedro (papado), ensinado doutrina e, depois de ressurrecto, ordenado que pregassem o Evangelho a todas as nações? Acham que Jesus estava de brincadeirinha?
Quanto a dizerem que religião é para oprimir e assustar, por favor, não caiam nesses preconceitos difundidos por escritores anticlericais como Érico Veríssimo, Aloísio Azevedo, Eça de Queiroz, Guy de Maupassant e outros, que parece que só veem padres raivosos, carrancistas e primários, que só sabem ameaçar os fiéis com o inferno, sem falar nos libertinos como em "O crime do Padre Amaro" (Eça) ou até os que empresariam assassinatos como em "O mulato" (Aloísio). Numa novela de Maupassant aparece um padre de aldeia jovem porém feroz, que ao ver na estrada dois namorados trocando carícias começa a jogar pedras neles.
Honestamente esses padres existem na vida real? Por que não pensar nos exemplos sublimes de Dom Bosco, Cura D'Ars, Damião de Veuster, José de Anchieta, Maximiliano Kolbi? De resto a visão que esses romancistas têm é por demais bitolada: na vida real padres dão aula, escrevem livros, compõem músicas, muitos são cientistas e hoje em dia muitos são cantores. E transmitem alegria. A idéia do padre mal humorado e repressor é coisa de romances, como expliquei, e tem pouca coisa a ver com a realidade. É claro que existem maus sacerdotes, mas por que principalizar os contra-testemunhos e não os testemunhos?
Quando eu era criança ocorreu um crime muito rumoroso no Nordeste, até hoje eu lembro da manchete: "O padre matou o bispo". Sim, um sacerdote de maus bofes, por conta de alguma desavença, matou o bispo com três tiros de revólver.
E nem por isso eu deixei de ser católico.
Finalmente observo que na prática da religião católica e na ortodoxa, ramos do Cristianismo, a maior razão de ir na igreja não é nem a oração (embora ela seja indispensável), mas receber a Eucaristia, com a devida preparação. Salvo em casos de impossibilidade, uma pessoa católica deve frequentar a Igreja, ir às missas nos domingos e dias santos, participar no que puder, como procissões e obras assistenciais, porque não se trata só de rezar, mas confraternizar com os demais fiéis e participar dos Sacramentos.
imagem freepik.com: o ostensório com a óstia consagrada.