O meu tão sonhado livro.

Por ter apendido o gosto por escrever, imaginei ser fácil, um livro nascer. Cheguei imaginar sua capa, acolhendo as tantas folhas, onde descreveria minhas ideias. Ideias que talvez meu vocabulário, não me permitiria expô-los, com tanta nitidez, por destes meus sentimentos que transforma, por vezes minhas opiniões, em intragáveis leituras, mas porém sei, que ainda assim, já escrevi muitas coisas boas.

Este sentimento primário, talvez me chega ironicamente á pedir provas, pois me pareceu eu não saber o que estar querendo; massagens no ego, divulgar alguns trabalho, ou mesmo criar uma redação considerada boa.

Já tive oportunidade de ler bons livros e, nossa quantas maravilhas existem escritas. Claro viajando pela minha biblioteca mental, que a sei ínfima, pela quantidade de livros lidos, me veem um conflito, continuar escrevendo, pelo prazer dá escrita, ou apagar tudo e ir dormir, pois as belezas já publicadas, destes autores, que leio e já os tenho lido, não tenho como mensurar.

Assim a duvida fica, não com a intenção de competir, más de produzir algo, algo que ao invés de contribuir com uma boa redação, escreva algo que alguém possa dizer... "poxa não valeu apena".

Então imaginei fazer aqui um paralelo, introduzindo inicialmente alguns sonetos, que sei "nesta pagina", por mim escrito, ter sido publicados. Claro que não crendo, que eu seja tão bom assim, porém servindo de paralelo, entre o gostar de escrever, mesmo sabendo, que há muitos que escrevem magnificamente melhor, o continuar por gostar valerá apena?

Para dificultar mais minha tarefa, escolhi postar aqui um soneto, para que eu mesmo enquanto escrevo avalie a franqueza desta preocupação.

Lamento.

O êxtase me despertou,

Antes de conhecer o amor,

Criei-me iludido na dor,

De quem nunca se apaixonou.

Assim saudade não existe,

É como o dia que se confundisse,

Com o momento que a possuíste,

E a vida em mim prostituísse.

Na boemia quase envelhecendo,

A procura de lábios sedentos,

Cheios de doçura sem sentimentos.

Embriagado com a ternura ,

Do respeito de uma vida dura,

Do amor ainda vivo a procura.

Kiko Pardini.

O Parto

Parto para juventude,

Jaqueta jeans alaúde,

Chiclete guitarra e saúde,

Madrugada gente rude.

Parti para velhice,

Rugas e meninice,

Dentadura e cretinice,

Chinelo e fetiche.

Dói como dói o parto,

Porque me sei só no quarto,

De tentar ser forte estou farto.

Mas parto assim,

Sem pena de mim,

Junto de uma infância sem fim.

Kiko Pardini

Talvez até pareça, ser só uma forma de publicidade desnecessária, para chamar atenção, más garanto ,que para quem gosta de escrever, guardando na memoria vários autores e seus trabalhos, trago assim como exemplo o significado do sentimento exposto, o continuar por gostar valerá apena?

Quando em "Lamento", exponho uma precocidade do prazer sexual , que defino como, tão espantosamente bom, sugiro a simplicidade do acasalamento prematuro, que baliza a vida, mesmo que o tempo o envolva em paixões casuais. Ou considerando os versos em "O Parto", é como o "aqui e agora"..., sei o escrever um livro o que mais quero, porém não sei se isso teria importância. Não sei se haveria alguém que em sua biblioteca mental, lembraria dos meus versos, com a ternura que lembro de tantos livros que já li. E isso faz toda diferença para quem escreve, pois sei que lemos, más nunca teremos a certeza de sermos bons, se não publicarmos. Assim diante da duvida, creio continuar querendo-me assim anônimo, lendo tantos outros autores e deles me emocionando, aprendendo para talvez um dia, resolver publicar o meu tão sonhado livro.