O fim de um carrasco

Um dos maiores genocídios do século 20 foi cometido pelo regime estabelecido no Camboja na década de 1970 pelo Khmer Vermelho, organização comunista chefiada por certo Pol Pot.

Calcula-se que um quarto da população cambojana morreu nesse genocídio, dois milhões ou mais de pessoas executadas em massa e muitas mortas também por desnutrição. A religião foi proibida e o dinheiro abolido.

Parte dessa história de horror foi narrada no filme "Os gritos do silêncio", que pude assistir há muitos anos.

Apesar de sua selvageria Pot cometeu um erro de cálculo, cidadãos vietnamitas foram mortos na fronteira. Em 1979 declarou-se a guerra. Foi a primeira vez na história, e talvez a única, em que dois países comunistas lutaram entre si. Mas parece ter sido fácil a derrota de Pol Pot, que teve de fugir com seus correligionários. Foi posto outro governo no Camboja e anos depois o tirano foi preso e veio a morrer em 1998, segundo eu li certa vez, em correntes.

A História mostra que certos ditadores acabam tendo um fim miserável, como aconteceu com Nero, Marat, Robespierre, Napoleão Bonaparte, Hitler, Mussolini, Nicolau Ceausescu e Kadhafi. Até Stalin, cuja morte em 1953 está cercada de mistério, suspeitando-se que ele foi assassinado pelos seus pares no Soviet. Afinal, com Stalin e suas paranóias ninguém estava seguro e muitos membros do partido foram eliminados.

São histórias nada edificantes, as vidas dos tiranos.

 

Rio de Janeiro, 2 de fevereiro de 2023.

 

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