MERGULHO

Cheguei a um ponto da minha vida que já não me importo com quase nada. Esses quase 56 anos me fazem ver o quanto eu vivi e o quanto superei, como disse num texto : não é qualquer ondinha do mar metida a tsunami que me derruba.

Sou demodè, sou simpática quando quero, dou valor a quem me dá. Escolhi viver só porque as pessoas nem sempre são o que você pensa.

Já me apaixonei hoje, desapaixonei no dia seguinte. Tenho um limite de tolerância. Aceito silêncios mas não o descaso. Sou verborrágica ao extremo, não seguro o que tenho pra falar e também não me arrependo depois. Não prendo ninguém mesmo sendo taxativa quando quero. Mesmo querendo, abro as portas e deixo ir. Aliás, nem tenho portas, o caminho é livre, cada um escolhe seu destino. Choro uma noite, as vezes sinto até alívio, é como se eu não precisasse ter amarras. Geralmente consigo o que quero, mas sinceramente, já me empenhei mais. Hoje olho pra trás, e vejo quanta tormenta eu enfrentei. Quantos sufocos superei. E enfrento até hoje as vezes ao ponto de fazer coisas que não me agradam.

Só que nesse caminho também tive alegrias, e apesar do que eu passo e passei, mesmo pungindo, valeu a pena. Sei que uma hora todo mal há de passar.

Não tenho mais medo.

Não me importo com nada que seja irrelevante. Se quiser, pague pra ver.

De algum lugar vem uma luz e mesmo preferindo o escuro é a luz que me salva todos os dias de manhã.

Juanita Raquel Alves
Enviado por Juanita Raquel Alves em 26/01/2023
Código do texto: T7704209
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