Jibóias

Finalmente brotou a folha no ponteiro da terceira jibóia de casa.

Estávamos preocupadas, eu e minha filha.

Ofereci água frequente e aos poucos, depois, espacei o tempo, para então, submetê-la à luz do sol, e depois, não tanto, e daí busquei um local de luminosidade indireta. E no ritual de tantas tentativas, até proferi palavras meigas e toquei-a com delicadeza, afinal, um ser vivo. Foram três meses.

Quando havia compreendido que não ocorreria o esperado, ela nos surpreendeu!

Em verdade, simplesmente expressou suas necessidades primárias com a resposta binária comum às plantas. Ao acertar as condições e decorrido o tempo dela, ela respondeu com uma folhinha enrolada, de cor de vida, e as folhas mais antigas turgidas, como antes não se via.

Agora, três lindas plantas idênticas, transformam a sala, uma delas, com caule longo e forte, sustenta uma cascata de folhas sobrepostas, e elas são brilhantes, verdes e tem formato de coração. Passo muito tempo olhando-as como se fosse a primeira vez que as tivesse visto. É um deleite tê-las tão perto.

Elas e outras enfeitam o ambiente, destacam os livros e CD`s da estante, contrastam lindamente com a madeira, e dão o ar de vida, de Reino Plantae nesse nosso interior, quase uma estufa.

As jibóias pertencem à Família Araceae, espécie: Epipremnum aureum, são trepadeiras originárias das Ilhas Salomão. Além de sua beleza são consideradas purificadoras, sendo, eficazes na absorção de substâncias tóxicas e, portanto, indicadas para ambientes de trabalho com potencial risco ocupacional.

Aparentemente pequeninas, as atitudes de lidar com algo da natureza, tem o poder de trazer observação de qualidade para o dia a dia, e de animar qualquer pessoa a renovar a percepção do pulso da vida.