Dia das crianças
Hoje foi dia das crianças de uma forma diferente.
Para variar fui trabalhar, mas escolhi ir. Foi o Fred me chamando para atuar na AABB como ano passado e foi bem massa. Ganhei um dinheiro, mas nem por isso, eu nem sabia quanto eu ia ganhar, eu fui porque gosto desse tipo de trabalho. Me diverte e quer saber mais? Me deu uma fome de ser criança e me divertir de novo...
Mais tarde quero tomar sorvete, na sexta vou brincar de cama elástica com amigos, no domingo vou sair com outro e ter o brunch de dia das crianças com a Ju. Nossa tradição.
Acabou que hoje senti uma falta da Malu, mas parei para analisar que falta era essa. Se era dela mesma ou outra coisa.
Depois de refletir eu entendi... Apesar dos abusos por eu não ser a pessoa que ela queria, me tratavam como se eu fosse criança. Cuidavam de mim, me bancavam, proporcionaram experiências super legais como ir à praia, ir á chácara, comer bem, ir em parques de diversões, viajar de carro, juntar a família e comer, jogar... Coisas que eu gosto muito, regado de amor e união e que eu fiz pouco quando criança. Foi como se estivesse vivendo ou recuperando uma infância que não vivi. Foi muito bom ser cuidado como criança, mas ao mesmo tempo, não consegui distinguir meus eus. Então eu era criança quase o tempo todo, inclusive com a Malu. Que desejava um "homem". Não que eu ter sido criança justifica ela me cobrar ser homem, rico e perfeito, mas eu entendo que com ela, pornão colocar limites nela, na família dela ou até mesmo em mim, eu deixei muito a desejar enquanto parceiro.
Eu quero ter dinheiro o suficiente para não me preocupar.
Eu quero me divertir, comer bem, brincar com meus amigos, meus primos, minha família.
Eu quero essa liberdade e abundância que vivi com eles. Essa organização financeira. Essa paz de viajar e curtir. De escolher sem olhar o preço.
Esse poder é algo que sinto falta, apesar de me deixar impotente com ela.