Um pensamento surpreendente de Mao Tse Tung

 

Digo surpreendente, partindo de um nome comprometido com a revolução comunista e sua carga de horrores.

Eu considero uma benção ter conhecido há muitos anos a escritora e líder católica Alice Gerin Isnard Távora, que secretariava a comemoração do Dia Nacional de Ação de Graças.

Em 1976 ela teve premiada uma brilhante reportagem intitulada "População/Fome: o falso binômio dos séculos". Nela a autora desmontava as teses malthusianas, pelas quais se tenta justificar até o aborto como forma de controle da natalidade. Ela se referiu ao absurdo de certas caricaturas que mostravam as pessoas "despencando" do planeta ou condenadas a viver em pé.

Eu vi essas caricaturas, saíram na revista "Seleções".

Pois bem. Alice Távora citou um pensamento de Mao Tse Tung, ditador da China, que se colocava em posição oposta às teses herodo-malthusianas. Eis o que ele escreveu:

"Uma boca que alimentamos são dois braços que trabalham. E dois braços que trabalham são quatro bocas que alimentamos."

Não falta alimento no mundo, falta distribuição, como Alice Távora demonstra com sagacidade em seu texto. E o que disse Mao Tse Tung tem sensatez.

Hoje em dia parece que muitas pessoas têm horror de bebês, que acabam sendo mortos pelo crime de existirem. Ou então os casais já se unem querendo não ter filhos, pois filho é visto como empecilho, despesa e preocupação. É triste ver casais envelhecerem sem filhos, pessoas que chegam à velhice na viuvez e no abandono.

Mesmo os casais que por razões biológicas não puderam gerar prole deveriam adotar.

Em suma, precisamos ver cada ser humano como útil e valioso a seu modo, pois a ojeriza aos filhos resulta em grande dano social.

A reportagem de Alice Távora, passados tantos anos, nada perdeu de seu valor. E merecia ser republicada em algum lugar.