# No Momento - de Uruguaiana : Alerta - Escassez de medicamentos: Ministério da Saúde e Anvisa admitem risco de desabastecimento / Internações pediátricas públicas estão suspensas em Uruguaiana / Esportes náuticos em Uruguaiana *

Um jornal de atualidade

Terça feira, doze de julho de 2022

Escassez de medicamentos: Ministério da Saúde e Anvisa admitem risco de desabastecimento

- O atual desfalque de medicamentos nas farmácias de todo país evidencia uma espécie de apagão geral de remédios e insumos. Além de antibióticos, faltam itens indispensáveis ao Sistema Único de Saúde (SUS) e listados na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) 2022, como o antibiótico amoxicilina, e dipirona, aliada de primeira hora no combate a dores e febre. Tanto o Ministério da Saúde quanto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já admitem risco de desabastecimento de medicamentos no mercado.

A escassez, que já dura ao menos dois meses, extrapola os limites das drogarias. Uma pesquisa da Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), feita com 106 estabelecimentos como hospitais, clínicas especializadas e empresas que fornecem serviço de home care em 13 estados e no Distrito Federal, revela que o problema também atinge unidades de saúde.

O levantamento constatou a falta de soro em 87,6% das instituições pesquisadas; dipirona injetável (para dor e febre), em 62,9%; neostigmina (combate doença autoimune que causa fraqueza nos músculos), em 50,5%; atropina (tratamento de arritmias cardíacas e úlcera péptica), em 49,5%; contrastes (usado em exames radiológicos), em 43,8%; metronidazol bolsa (para infecções bacterianas), em 41,9%; aminofilina (contra asma, bronquite e enfisema), em 41%; e amicacina injetável (contra infecções bacterianas graves), em 40%.

Ausencia de mercadorias

A ausência de mercadorias causa efeitos colaterais sensíveis: 40% das entidades que participaram do levantamento informaram que adquiriram o soro num preço duas vezes maior do que o praticado no mercado. Com a neostigmina (de combate à doença autoimune que causa fraqueza nos músculos), 53% apontaram que o estoque atual não chega a 25% do necessário.

Segundo o presidente da CNSaúde, Breno Monteiro, o preço médio do soro para unidades de saúde ficava em torno de R$ 3,50 antes da crise:

--“Com relação aos soros, a maioria das empresas produz no Brasil. O que se observou na pesquisa é um escalonamento no aumento do preço. Outra situação é a falta do insumo, em que (as empresas) não estão conseguindo entregar no volume que se comprava”, afirma o médico, que explica que a pesquisa traça um cenário nacional por ter respostas de todas as regiões.

Cerca de 95% dos insumos para produzir medicamentos , incluindo o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), o chamado insumo fundamental, vêm da China e da Índia. Entre os principais motivos para a escassez, estão: a alta do dólar e do barril de petróleo, cujos derivados são usados para produzir embalagens, e o aumento pela demanda por medicamentos como antibióticos durante o inverno. Além disso, a inflação também eleva o custo da cadeia de transportes.

Segundo entidades do setor, esses fatores fazem com que o custo de venda para farmácias — com teto delimitado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) — não cubra os gastos com a produção. Fortalecer o complexo industrial e o parque fabril no Brasil ajudariam a arrefecer o cenário:

— Temos o desafio da química fina, em que ficamos para trás da Ásia. Hoje, estamos com dificuldade de IFA de dipirona, o que é inaceitável — disse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, à Comissão de Fiscalização e Controle do Senado na quarta-feira. — Se, lá atrás, planejamos ter um acesso universal, integral, igualitário e gratuito para atender 200 milhões de brasileiros, isso não pode ser dissociado de ter, por exemplo, um complexo da saúde forte e profissionais de saúde para atender nesse sistema.

Escassez de medicamentos nos municípios

Tanto o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) quanto o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) vêm alertando o Ministério da Saúde sobre o risco de desabastecimento no Brasil.

Noutro levantamento, o Conasems identificou que a dipirona e os antibióticos amoxicilina, clavulanato de potássio e azitromicina são os mais “faltosos” entre as 284 cidades pesquisadas na última sexta-feira.

— O desabastecimento de medicamentos é uma grande preocupação do Conasems, motivo pelo qual estamos com várias iniciativas de capacitação de farmacêuticos e gestores para um melhor monitoramento da ponta. Isso nos permite apontar aos órgãos reguladores nacionais o cenário de escassez e de dificuldade de insumos e produtos e pedir providências — diz o secretário-executivo do Conasems, Mauro Junqueira.

O ministério confirmou que articula junto à Anvisa medidas para combater o problema. A pasta informou que “trabalha sem medir esforços para manter a rede de saúde abastecida com todos os medicamentos ofertados pelos SUS”.

Uma das ações foi liberar que a CMED, a quem cabe regular o mercado de medicamentos, reajustasse preços de determinados produtos ameaçados de desabastecimento. Outra foi diminuir o imposto de importação de insumos para dipirona, neostigmina e bolsas para soro, por exemplo. A Anvisa também confirma a atuação. Diz que “está monitorando os relatos de desabastecimento de medicamentos de forma a identificar situações que possam estar relacionadas a sua área de atuação”.

O secretário-geral do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Gustavo Pires, detalha outros problemas gerados pela falta de insumos.

— Os riscos (da escassez de medicamentos) são inúmeros. Quando você não tem a dipirona injetável no ambiente hospitalar, muitas vezes, tem que usar um medicamento muito mais potente e mais caro, aumentando o risco de efeitos adversos e complicações para o paciente — declara Pires.

Câmara Municipal de Uruguiana questiona retomada de internação clínica pediátrica

- Com a suspensão dos internamentos pediátricos públicos em Uruguiana há várias semanas, a Comissão de Serviços Municipais e Saúde e outros vereadores receberam, nesta segunda-feira, médicos do Hospital Santa Casa para tratar do problema.

Os parlamentares deixaram claro a preocupação com o atendimento à saúde da população.

A médica responsável pela UTI Neonatal, Ana Claussel, destacou, porém, que não houve mobilização ou insatisfação dos médicos para a suspensão do serviço. Aconteceu uma defasagem progressiva da quantidade e disponibilidade de pediatras, situação registrada em todo o estado.

--"Para alguns pediatras ficou insustentável a rotina, então a Neonatal e outros setores pediátricos permanecerem com excelência e suas escalas completas 24h. A alternativa para a internação foi manter o atendimento no pronto socorro com clínicos e supervisão pediátrica", declarou.

Também presente, o médico Luiz Antônio Marty, esclareceu que a suspensão foi a única medida para garantir o atendimento aos pacientes. "Não tivemos saída. A falta de médicos pediátricos é uma realidade, valores e condições de trabalho não foram questão. Os pacientes seguiram em atendimento, não o ideal, mas o possível", frisou.

Depto. Imprensa - CMU <imprensa@camarauruguaiana.rs.gov.br>

Projeto sobre atividades náuticas será discutido com a comunidade

- A Câmara Municipal de Uruguaiana debaterá com a comunidade proposta que viabiliza o turismo náutico no rio Uruguai. O evento acontece quinta-feira, dia 14 de julho de 2022, às 18h, no plenário do Poder Legislativo.

O projeto de lei complementar, de autoria dos vereadores Carlos Delgado e Marcelo Lemos, busca permitir construções em áreas de possíveis enchentes de clubes náuticos de embarcações, empresas de garagem, comercialização e (ou) locação de barcos a motor ou vela, bem como as de transporte aquáticos para passeios turísticos no município.

Em análise na Comissão Especial, a matéria acrescenta essas atividades no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, Rural e Ambiental e as desobriga do cumprimento de recuperação da cota de acesso estabelecida para Zonas de Risco à Expansão Urbana (áreas de contenção localizadas abaixo da curva de nível 53 m).

“Buscamos dar o ponta pé inicial para regulamentação das atividades ligadas ao ramo náutico, proporcionando um acesso fácil e rápido ao rio, primando inclusive por questões de segurança”, comentou Delgado.

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Zulcy Borges e editor e jornalista diplomado
Enviado por Saskia Bitencourt em 12/07/2022
Reeditado em 12/07/2022
Código do texto: T7557869
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