Consequências da Guerra Rússia- Ucrânia

Depois de 4 meses de guerra entre Rússia e Ucrânia, vale destacar a posição russa em termos armamentistas entre os países ocidentais e Americanos

Dado o enorme desequilíbrio em termos de capacidades militares entre Ucrânia e Rússia, a resistência ucraniana continua por motivo de fatores psicológicos, suportados pelos recursos materiais provenientes do exterior como ajuda.

Tal expectativa foi de manter a moral do povo ucraniano e seus líderes militares, tendo em vista o exagero das perdas russas e a subestimação das perdas ucranianas.

Os ucranianos recorreram a uma campanha inteligente nas redes sociais, onde não perderam nenhuma oportunidade de postar fotos e vídeos das estruturas em chamas de veículos blindados de transporte de pessoal, bem como dos veículos de combate de infantaria, sobretudo as armas onipresentes T-72.

Esta manifestação por parte das forças combinadas de organizações não governamentais, da mídia e analistas, exagerando a quantidade de “danos infligidos aos tanques russos”, elevando os rumores dos sistemas de defesa russa, apontados como incapazes de resistir aos ataques.

Tal comportamento faz com que as decisões táticas em relação ao emprego de tanques e mísseis guiados anti tanque, não surtiram efeitos em termos da ineficiência de tais equipamentos entre si.

Tais tanques de guerra revelaram que as forças russas entraram na guerra, sem suprimentos e nem outros equipamentos supostamente tecnologicamente inteligente; mas a necessidade ficou claro que os militares russos mantém os equipamentos médicos básicos e outros destinados ao consumo comercial e industrialização no exterior, através de drones, possibilitando aos russos e ao Kremlin que as despesas de defesa orçada em cerca de 3% do PIB.

Desde o início da invasão, existem evidências generalizadas sobre o exército russo, os quais parecem enfrentando problemas logísticos na Ucrânia, objeto de alguns relatos da mídia ucraniana sobre alguns soldados russos roubando botas dos ucranianos; uma vez que as verdadeiras deficiências revelam os aspectos tecnológicos com a falta de qualidade dos equipamentos de comunicação.

Tais relatórios de inteligência, transmitidos pelo código secreto da Ucrânia via comunicações de rádio, manifestando as fracas posições entre as forças russas. Uma vez que as forças russas foram forçadas a adotar soluções temporárias; Incluindo o uso de sinais sem fio não criptografados para comunicações de longo alcance e telefones celulares para comunicação.

Mesmo assim, as forças ucranianas tentaram atrapalhar as forças russas, detectando e localizando fontes de transmissão de rádio.

Força Aérea "Espaço"

Em termos das finanças, bilhões de dólares foram investidos em aeronaves militares russas nos últimos dez anos.

Na última década, acredita-se que a Força Aérea apresentou cerca de 440 novos caças de asa fixa, além de milhares de drones; mesmo assim, as Forças Aeroespaciais Russas ainda não parecem entrar na batalha com todo o seu peso.

Foi até hoje difícil avaliar completamente a eficácia operacional de seus modelos mais recentes; tendo em vista que as forças russas não recorreram ao uso do "Sukhoi Su-57", o único caça furtivo na Rússia, o qual foi usado apenas algumas vezes.

Ressaltando que os modelos mais antigos do Sukhoi Su-34 e Su-35, semelhantes em alguns aspectos aos F-15 americanos e aos tufões europeus, sofreram pesadas perdas na Ucrânia.

No entanto, os helicópteros de ataque russos Ka-52, conhecidos como "Jacarés", foram os mais destrutores nesta guerra.

Enquanto que esses helicópteros foram conhecidos por seu avanço na batalha de proximidade, com apoio de unidades terrestres, sendo os mais vulneráveis em termos dos mísseis terra-ar.

Apesar das pesadas perdas sofridas por caças e helicópteros russos, as Forças Aeroespaciais Russas desempenharam um papel de apoio na guerra.

Tal reputação da Rússia foi como fabricante mais importante de aeronaves militares, sem nenhum problema em termos de prejuízo. Isso pode ser um fator importante na decisão dos ataques e em termos de munições de alta precisão e longo alcance, além do suporte de aeronaves.

Restaurar a força

A proeza tecnológica da Rússia, considerada quase perfeita, cujo exército atingiu os objetivos imediatos de guerra sem derrubar o governo e tomar vastas extensões de terra.

Assim, as dificuldades que a Rússia enfrentou, nas primeiras semanas e meses da guerra, não se devem principalmente ao mau desempenho de seu avançado arsenal de armas.

Os problemas da Rússia, em suma, não são técnicos; pelo contrário, às vezes envolve a fraca liderança estratégica no terreno, e não de treinamento adequado.

Nas últimas semanas, a Rússia disparou artilharia pesada em várias posições ucranianas no sul e leste do país.

Hoje, a artilharia de ambos os lados se enfrenta em vastos espaços abertos, privando os ucranianos de até apoiar sobre o emboscado através de seu oponente.

O alcance de muitas armas russas excede a dos ucranios. Apesar das forças ucranianas tentarem resistir sob constante bombardeio, esperando que armas de longo alcance venham do Ocidente.

A guerra hoje parece estar em um momento crítico. Se a Rússia obteve ganhos significativos por meio do desgaste, suas fábricas militares poderiam recuperar parte de sua reputação; exibindo os duelos de artilharia, dominado pela concorrência armamentista do início do século XX, algo até agora apontado como paradoxal.

A Rússia mostra-se cada vez mais dependente da artilharia, é um erro pensar que o Kremlin não vai tentar ser pioneiro nos tipos de tecnologias modernas, moldando as guerras futuras. Ela demonstrou mais uma vez como o veículo de combate, cuja arma não tripulada Uran-9 foi exibido na Parada da Vitória em maio deste ano.

Este arma foi projetada para funcionar como um tanque controlado à distância, o qual tem sido testado na Síria.

Finalmente, apesar dos sérios problemas com os sistemas de controle a distância, aparentemente têm sido falhados em localizar ou atingir alvos inimigos em certas distâncias, “Uran-9”, revelando a insistência do Kremlin estar na frente tecnológica do futuro em algumas áreas-chave de novas tecnologias.

O presidente Putin tem um ditado conhecido sobre quem vai liderar o campo da inteligência artificial, vai dominar o mundo. Tal ditado se refere a um dogma, que a superioridade tecnológica significa a superioridade militar; Independentemente das lições da guerra na Ucrânia as quais podem revelar ainda muito pelos dias a vir.

Lahcen EL MOUTAQI

Pesquisador universitário-Marrocos