¥ Mantiqueira 7 Artes : Academia Brasileira de Letras celebrará 125 anos com pompa e circunstância / Bolsonaro é ignorante e traidor, diz Alexandre Frota / Fundada a Nov@kademiabrasyleiradeLetras / Vai,vai,vai-vai Jair embora/ Poema de Roberto Jum *
Revista de Arte e Cultura
A Academia Brasileira de Letras promoverá uma série de eventos em comemoração aos seus 125 anos de história. Na noite de 20 de julho, dia em que é celebrado seu aniversário, o Cristo Redentor será iluminado de verde escuro, cor oficial da ABL, em homenagem à data. Também à noite, será realizada uma Sessão Solene no Salão Nobre da ABL, com início às 20h. Na ocasião, será entregue o Prêmio Machado de Assis ao antropólogo Roberto da Matta, pelo conjunto da obra. Serão distribuídas, ainda, as medalhas Machado de Assis e João Ribeiro. O Acadêmico José Sarney será o orador oficial. A apresentação musical ficará a cargo do consagrado Quinteto de Cordas da Orquestra Sinfônica Brasileira.
MAIS COMEMORAÇÕES
No mesmo dia, à tarde, serão colocadas placas de sinalização nas residências de Machado de Assis e Austregésilo de Athayde. A ação faz parte do Projeto Circuito da Literatura, fruto de uma parceria com o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), da Prefeitura do Rio.
Leituras dramatizadas de grandes obras da literatura brasileira, peça, apresentação musical e rodas de conversa também farão parte da programação. As comemorações começam no dia 12 de julho com o monólogo “Nelson Rodrigues por ele mesmo”, encenado pela Acadêmica, atriz e uma das grandes representantes da cena cultural brasileira, Fernanda Montenegro. A peça será realizada no Teatro R. Magalhães Jr., às 17h30, com ingressos já esgotados. No dia 18 de julho, o Grupo Globo irá promover, no estúdio da emissora, uma série de atividades em celebração aos 125 anos da Academia, com o eixo temático “Do folhetim à telenovela”. A abertura do evento, que contará com a exibição de um filme em homenagem à ABL, será comandada pelo presidente da instituição, o Acadêmico e jornalista Merval Pereira, a Acadêmica e atriz Fernanda Montenegro e o presidente do Grupo Globo, João Roberto Marinho. Depois, o ator Tony Ramos fará uma leitura dramatizada de passagens do “Grande Sertão Veredas”, importante obra literária de Guimarães Rosa.
“O caminho da literatura à dramaturgia” será o tema de um bate-papo mediado pela jornalista Aline Midlej. Participarão da mesa o Acadêmico e escritor Geraldo Carneiro, a atriz Lilia Cabral, o ator Tony Ramos e o especialista em teledramaturgia, Mauro Alencar. Na sequência, haverá a leitura de trechos do romance “Memorial de Maria Moura”, grande obra literária de Rachel de Queiroz, que ganhou, posteriormente, uma minissérie na rede Globo. A apresentação musical é da cantora Teresa Cristina, que traz no repertório quatro clássicos de novelas, entre eles “Amarro o teu arado a uma estrela”, do Acadêmico e músico Gilberto Gil e “Os sábios costumam mentir”, do também Acadêmico e poeta Antonio Cicero.
No dia 19 de julho, no Petit Trianon da ABL, será realizada uma mesa redonda sobre a importância das Academias nos dias de hoje com a presença de Acadêmicos da ABL e a participação, por vídeoconferência, do presidente da Academia das Ciências de Lisboa, o professor José Luís Cardoso, do escritor nicaraguense Sérgio Ramirez, exilado em Madri, que fará um relato sobre a tentativa do ditador Daniel Ortega de fechar a Academia Nicaraguense de Letras, e de um representante da Academia Francesa.
Bolsonaro é um traidor e ignorante cultural , diz Alexandre Frota
- Pré-candidato a deputado estadual em São Paulo, Alexandre Frota, do PSDB, declarou neste domingo (19) que o ainda presidente Bolsonaro "tem pouco conhecimento sobre cultura, não conhece a Lei Rouanet, não conhece a Ancine".
E acrescentou:
"Bolsonaro prometeu para mim que ia dar uma solução para uma cultura com mais investimentos. O problema é que, assim que assumiu, ele traiu todos nós. Ele se vingou da classe artística, porque nunca engoliu aquela hashtag #EleNão "Muita gente em torno dele, principalmente os filhos, inviabilizou toda a proposta que ele disse para gente que teria."
Frota comentou, ainda, as próximas eleições :
--"O brasileiro já decidiu em relação a Bolsonaro ou a Lula. Não existe terceira via. A terceira via é uma mentira. É morta, não é organizada e não vai chegar lá. Se você fizer as contas, não tem tempo para surgir um herói ou uma heroína capaz de mudar a história. A gente precisa encontrar uma maneira concreta de tirar o Bolsonaro de lá. Eu lutei para colocá-lo lá e vou lutar para tirá-lo."
Inaugurada Biblion
Está inaugurada em São Paulo-Capital, a Biblion - biblioteca online gratuita, com mais de 15 mil títulos. A iniciativa é da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo em parceria com a SP Leituras, organização que gerencia o Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de São Paulo.
A biblioteca compreende além dos livros, clubes de leitura, podcasts, seminários, capacitações e oficinas.
“VOZ E VIOLÃO”
Adriana Calcanhotto anuncia show inédito em Curitiba
- Depois de compor e gravar um disco inteiro (“Só” – 2020) com colaboradores em diversas cidades do Brasil, Adriana Calcanhotto está de volta aos palcos com o show “Voz e Violão”. Na turnê, Adriana apresenta seus maiores sucessos em uma apresentação inédita em Curitiba, no dia 29 de julho, sexta-feira, no palco do Teatro Guaíra, às 21h.
Nov@CADEMIABRASYLEIRAdeLETRAS
Funda-se hoje, 13 de junho de 2022, aqui, a NOVACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS
pelo resgate das tradições daquela fundada por Machado de Assis e que agora jaz afundada na eleição de qualquer celebridade , político ou empresário que lhe arrume mais grana.
Escritores verdadeiros deste país! mandem suas candidaturas e mensagens enquanto não temos portal próprio.
Para marcar esta ressurreição reproduzimos o início do discurso do acadêmico Rui Barbosa, realizado na câmara ardente de não menos do que Machado de Assis, a 30 de setembro de 1908.
"Designou-me a Academia Brasileira de Letras para vir trazer ao amigo que de nós aqui se despede, para lhe vir trazer, nas suas próprias palavras, num gemido da sua lira, para lhe vir trazer o nosso coração de companheiro.
Eu quase não sei dizer mais, nem sei que mais se possa dizer, quando as mãos que se apertavam no derradeiro encontro, se separam desta para a outra parte da eternidade. Nunca ergui a voz sobre um túmulo, parecendo-me sempre que o silêncio era a linguagem de nos entendermos com o mistério dos mortos. Só o irresistível de uma vocação como a dos que me chamaram para órgão desses adeuses, me abriria a boca ao pé deste jazigo, em torno do qual, ao movimento das emoções reprimidas se sobrepõe o murmúrio do indizível, a sensação de uma existência cuja corrente se ouvisse cair de uma em outra bacia no insondável do tempo onde se formam do veio das águas sem mancha as rochas de cristal exploradas pela posteridade.
(continua depois da poesia manifesto abaixo)
Poesia manifesto e samba de protesto
de Saskia Bitencourt
Vai,vai,vai-vai Jair embora
Ora,ora,ora...
O Jair já vai simbora.
Ora,ora,ora...
E já vai mais que da hora.
Vai Jair ! sai Jair !
Vê se dá o fora.
Vai Jair ! sai Jair !
Já passou da hora
Vai,vai,vai,
vê se vai mesmo
Senhor, senhora
O Jair já foi, já era.
Ora, ora, ora
E agora é sem demora
Sem demora e não enrola
Sem demora e não enrola
...Foi!
Continuação da oração fúnebre de Rui Barbosa por Machado de Assis
"Do que a ela (posteridade de Machado) se reserva em surpresas, em maravilhas de transparência e sonoridade e beleza na obra de Machado de Assis, di-lo-ão outros,hão de o dizer os seus confrades, já o está dizendo a imprensa,e de esperar é que o diga, dias sem conta, derredor do seu nome, da lápide que vai tombar sobre o seu corpo, mas abrir a porta ao ingresso da sua imagem na sagração dos incontestados, a admiração, a reminiscência, a mágoa sem cura dos que lhe sobrevivem. Eu, de mim, porém, não quisera falar senão do seu coração e da sua alma.
(continua)
Poesia de Roberto Jum Recortei as letras do alfabeto Organizei as vogais e as consoantes. Brinquei com elas alguns instantes E depois, formei meu nome completo. Recordei os bons tempos de escola, Tinhamos uma senha para a cola O segredo era o nosso dialeto Já, na hora esperada do recreio, Uns corriam e dividiam o lanche ao meio No momento em que outros enchiam a bola.