# Mantiqueira 7 Artes - Adriana Calcanhoto volta aos palcos / Fundada a Nov@kademiabrasyleiradeLetras / Vai,vai,vai-vai Jair embora* Revista de Arte e Cultura/ Poema de Roberto Jum / Millôr Fernandes*
¥ Mantiqueira 7 Artes : Fundada a Nov@kademiabrasyleiradeLetras / Vai,vai,vai-vai Jair embora*
Revista de Arte e Cultura
Está inaugurada desde esta semana de junho, em São Paulo-Capital, a Biblion - biblioteca online gratuita, com mais de 15 mil títulos.
A iniciativa é da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo em parceria com a SP Leituras, organização que gerencia o Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de São Paulo.
A biblioteca compreende além dos livros, clubes de leitura, podcasts, seminários, capacitações e oficinas.
“VOZ E VIOLÃO”
Adriana Calcanhotto anuncia show inédito em Curitiba
- Depois de compor e gravar um disco inteiro (“Só” – 2020) com colaboradores em diversas cidades do Brasil, Adriana Calcanhotto está de volta aos palcos com o show “Voz e Violão”. Na turnê, Adriana apresenta seus maiores sucessos em uma apresentação inédita em Curitiba, no dia 29 de julho, sexta-feira, no palco do Teatro Guaíra, às 21h.
Nov@CADEMIABRASYLEIRAdeLETRAS
Funda-se hoje, 13 de junho de 2022, aqui, a NOVACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS
pelo resgate das tradições daquela fundada por Machado de Assis e que agora jaz afundada na eleição de qualquer celebridade , político ou empresário que lhe arrume mais grana.
Escritores verdadeiros deste país! mandem suas candidaturas e mensagens enquanto não temos portal próprio.
Para marcar esta ressurreição reproduzimos o início do discurso do acadêmico Rui Barbosa, realizado na câmara ardente de não menos do que Machado de Assis, a 30 de setembro de 1908.
"Designou-me a Academia Brasileira de Letras para vir trazer ao amigo que de nós aqui se despede, para lhe vir trazer, nas suas próprias palavras, num gemido da sua lira, para lhe vir trazer o nosso coração de companheiro.
Eu quase não sei dizer mais, nem sei que mais se possa dizer, quando as mãos que se apertavam no derradeiro encontro, se separam desta para a outra parte da eternidade. Nunca ergui a voz sobre um túmulo, parecendo-me sempre que o silêncio era a linguagem de nos entendermos com o mistério dos mortos. Só o irresistível de uma vocação como a dos que me chamaram para órgão desses adeuses, me abriria a boca ao pé deste jazigo, em torno do qual, ao movimento das emoções reprimidas se sobrepõe o murmúrio do indizível, a sensação de uma existência cuja corrente se ouvisse cair de uma em outra bacia no insondável do tempo onde se formam do veio das águas sem mancha as rochas de cristal exploradas pela posteridade.
(continua depois da poesia manifesto abaixo)
Poesia manifesto e samba de protesto
de Saskia Bitencourt
Vai,vai,vai-vai Jair embora
Ora,ora,ora...
O Jair já vai simbora.
Ora,ora,ora...
E já vai mais que da hora.
Vai Jair ! sai Jair !
Vê se dá o fora.
Vai Jair ! sai Jair !
Já passou da hora
Vai,vai,vai,
vê se vai mesmo
Senhor, senhora
O Jair já foi, já era.
Ora, ora, ora
E agora é sem demora
Sem demora e não enrola
Sem demora e não enrola
...Foi!
Continuação da oração fúnebre de Rui Barbosa por Machado de Assis
"Do que a ela (posteridade de Machado) se reserva em surpresas, em maravilhas de transparência e sonoridade e beleza na obra de Machado de Assis, di-lo-ão outros,hão de o dizer os seus confrades, já o está dizendo a imprensa,e de esperar é que o diga, dias sem conta, derredor do seu nome, da lápide que vai tombar sobre o seu corpo, mas abrir a porta ao ingresso da sua imagem na sagração dos incontestados, a admiração, a reminiscência, a mágoa sem cura dos que lhe sobrevivem. Eu, de mim, porém, não quisera falar senão do seu coração e da sua alma.
(continua)
Poesia de Roberto Jun
Recortei as letras do alfabeto,
Organizei as vogais e as consoantes.
Brinquei com elas alguns instantes
E depois, formei meu nome completo.
Recordei os bons tempos de escola,
Tinhamos uma senha para a cola;
O segredo era o nosso dialeto.
Já, na hora esperada do recreio,
Uns corriam e dividiam o lanche ao meio.
No momento em que outros enchiam a bola.
Poesia Matemática
Às folhas tantas
do livro matemático
um Quociente apaixonou-se
um dia
doidamente
por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
e viu-a do ápice à base
uma figura ímpar;
olhos rombóides, boca trapezóide,
corpo retangular, seios esferóides.
Fez de sua uma vida
paralela à dela
até que se encontraram
no infinito.
"Quem és tu?", indagou ele
em ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa."
E de falarem descobriram que eram
(o que em aritmética corresponde
a almas irmãs)
primos entre si.
E assim se amaram
ao quadrado da velocidade da luz
numa sexta potenciação
traçando
ao sabor do momento
e da paixão
retas, curvas, círculos e linhas sinoidais
nos jardins da quarta dimensão.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidiana
e os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E enfim resolveram se casar
constituir um lar,
mais que um lar,
um perpendicular.
Convidaram para padrinhos
o Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
sonhando com uma felicidade
integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones
muito engraçadinhos.
E foram felizes
até aquele dia
em que tudo vira afinal
monotonia.
Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum
freqüentador de círculos concêntricos,
viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,
uma grandeza absoluta
e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, Quociente, percebeu
que com ela não formava mais um todo,
uma unidade.
Era o triângulo,
tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era uma fração,
a mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
e tudo que era espúrio passou a ser
moralidade
como aliás em qualquer
sociedade.
Millôr Fernandes