# No Momento - Em São Paulo , Haddad segue na frente para governador e apresentador Datena para o Senado / Uruguaiana contratará 103 professores / Para Bolsonaro: indigenista e jornalista podem ter sido executados *

Um jornal de atualidade

Pesquisa EXAME/IDEIA divulgada nesta quarta-feira, 8, com 1.200 pessoas do estado de São Paulo entre os dias 3 e 8 de junho constatou que o ex-prefeito de São Paulo - Capital, Fernando Haddad , continua liderando a preferência do eleitorado para governador do Estado de São Paulo. Fernando Haddad (PT) detém 27% das intenções de voto contra 17% do general e ex-ministro bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), empatado em 17% com Márcio França (PSB). Por último - o atual governador Rodrigo Garcia(PSDB), candidato à reeleição- com 14%.

Já para senador pelo Estado de São Paulo, o apresentador de TV José Luiz Datena, do PSC, lidera com 19%, seguido pelo ex-governador Márcio França com 14%.

O ex-prefeito Fernando Haddad foi o candidato do PT derrotado em segundo turno por Jair Bolsonaro, então no PSL, na última eleição para presidente do Brasil. O PSDB continua ameaçado de perder o governo paulista depois de mais de uma década de domínio.

Prefeitura de Uruguaiana abre concurso para contratação de professores

- A Prefeitura de Uruguaiana - Rio Grande do Sul - abriu, agora em junho, concurso público para contratação de professores para escolas do município. O professor Max Castelhano informou que existem 103 vagas. E que as provas de seleção deverão ser realizadas em dois turnos, no dia 28 de agosto deste ano.

Bolsonaro diz que Bruno Araújo e Dom Philips sofreram acidente ou matança

Da Carta Capital : Morte ao Jornalismo ?

Rodrigo Martins

“Pode ser acidente, pode ser que eles tenham sido executados”, especulou candidamente Jair Bolsonaro na terça-feira 7, dois dias após o desaparecimento do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips na Amazônia. Naquele momento, é provável que o Exército brasileiro sequer tivesse chegado ao local onde eles foram vistos pela última vez, a julgar pelo desdenhoso comunicado divulgado pelo Comando Militar da Amazônia na tarde anterior, informando ter “condições de cumprir a missão humanitária de buscas e salvamento”, mas esclarecendo que as ações só seriam iniciadas “mediante acionamento por parte do Escalão Superior”. Passadas 48 horas da ocorrência, os militares ainda esperavam ordens superiores para sair da inércia e cumprir seu dever.

A omissão do governo federal escandalizou o mundo e levou numerosas entidades, a exemplo da Anistia Internacional, da Human Rights Watch e do Greenpeace, a cobrar providências imediatas das autoridades brasileiras. Colaborador assíduo de publicações como The Guardian, Financial Times, New York Times e Washington Post, Phillips pediu auxílio a Pereira, servidor licenciado da Funai e profundo conhecedor da região, para investigar as constantes invasões de madeireiros, garimpeiros, caçadores e pescadores ilegais nas terras indígenas. Desapareceram na manhã do domingo 5, durante um deslocamento de barco pelo rio Itaquaí, após uma visita aos limites da Terra Indígena Vale do Javari.

Pereira chefiou a Coordenação Geral de Índios Isolados e Recém Contatados até 2019, mas foi removido do cargo após liderar uma operação que expulsou centenas de garimpeiros da Terra Indígena Yanomami, em Roraima. Na ocasião, os agentes destruíram equipamentos de mineração e apreenderam um helicóptero. Punido por cumprir o seu dever, o servidor pediu licença não remunerada da Funai e passou a assessorar a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari, onde passou a atuar livre das interferências políticas. Sem a proteção institucional do órgão público, passou, porém, a receber numerosas ameaças dos criminosos da floresta.

Caso Phillips e Pereira tenham sido vítimas de emboscada, como o ex-capitão cinicamente cogita, como se não tivesse responsabilidade alguma no episódio, o Brasil reforçará ainda mais o seu isolamento na comunidade internacional. Sob Bolsonaro, passamos rapidamente da condição de respeitados interlocutores na agenda ambiental à condição de párias, exatamente pelo fato de o atual ocupante do Palácio do Planalto não apenas tolerar, mas incentivar a atuação dos criminosos da floresta.

O jornalismo têm merecido de Bolsonaro e de sua horda de seguidores mais do que desdém. No Dia da Liberdade de Imprensa, o ex-capitão sugeriu o fechamento da mídia brasileira. “Deputados que estão aqui, que estejam nos ouvindo, vai chegar a sua hora [de ter o mandato cassado] se você não se indignar. Não existe especificação penal para fake news. Se for para punir fake news com a derrubada de páginas, fechem a imprensa brasileira, que é uma fábrica de fake news. Em especial, Globo e Folha”, discursou. Na mesma semana, bolsonaristas ameaçaram o repórter Lucas Neivas, do site Congresso em Foco, que expôs um esquema de distribuição de notícias falsas e mentiras a favor do candidato à reeleição.

A boa (e verdadeira) notícia é que Bolsonaro foi condenado a pagar 100 mil reais por danos morais contra os jornalistas, em uma ação movida pelo sindicato da categoria no estado de São Paulo. A decisão, publicada na terça-feira 7, Dia Nacional da Liberdade de Imprensa, é histórica: pela primeira vez um governante em exercício foi punido em uma ação coletiva pelos reiterados ataques aos profissionais responsáveis por informar a sociedade, inclusive incentivando a sua horda de seguidores a perseguir e agredir quem ousa questioná-lo sobre temas incômodos

Zulcy Borges e editor e jornalista diplomado
Enviado por Saskia Bitencourt em 09/06/2022
Reeditado em 09/06/2022
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