Drama de Pacientes Com Disfunções Renais Crônicas
Por Nemilson Vieira de Morais (*)
“… O tratamento mais empregado no mundo todo para prolongar a vida de pacientes com (IRC) é a terapia hemodialítica…”
É significativa a demanda de pacientes por assistência em saúde, pela insuficiência renal crônica em todos os lugares da Federação.
Quem mora perto ou longe de clínicas especializadas, enfrenta um sofrimento tremendo, em vias-sacras, nessa busca incessante por sobrevivência.
...Os pacientes dos interiores, penam mais, pelo tempo gasto no tráfego, limitações da idade, fadigas das viagens que fazem.
— Pela ansiedade, mau atendimento devido a recursos que muitas vezes não chegam às unidades terapêuticas e outros entraves que enfrentam, no caminho à busca desse socorro.
É complicado para eles, três vezes na semana, terem de submeter-se as demoradas e desconfortante sessões de diálise, numa média de quatro horas para a finalização do atendimento, ligados a uma máquina.
Nem pensar em interromper esses procedimentos de praxes. Caso fiquem 4, 5 dias seguidos, sem a filtragem sanguina, o óbito é quase certo. Carlinho, um vizinho meu, aborreceu-se com o tratamento, deixou de fazê-lo e o pior aconteceu a ele... ainda numa boa idade.
Aqui no meu bairro, uma van da Secretaria Municipal de Saúde, busca e traz esses pacientes. — Gasta em média, uns 40 minutos até a clínica que os atende, no centro de Belo Horizonte. Fato este que já caracteriza um sofrer…
— Imagina o tamanho do martírio dos pacientes de mais longe, como os de Campos Belos que precisam se deslocarem a grandes distâncias; uns 800 quilômetros se (Formosa), 1.200 se (Goiânia), umas 15 horas de penitência (ida e volta).
Não duvide se alguns destes pacientes, morrerem, não tão somente por suas disfuções renais, mas também pelas complicações advindas desses traslados contínuos, em longos percursos…
Como se não bastassem as perdas dessas mesmas vidas, por falta de uma assistência adequada e outras comorbidades patológicas que carregam. — Fatores estes que somados, potencializam-se em verdadeira bomba-relógio.
Algumas famílias, interioranas, com pesar, às vezes são obrigadas à deixarem seus torrões natal, amizades de uma vida inteira, cultura, propriedades, sonhos... para irem em busca desses recursos mais céleres em saúde. E as que não podem fazer o mesmo?
É percebível uma certa assistência deficitária a esse grupo de pacientes que se desloca a grandes distâncias em tratamento dialítico, num agravamento da suas qualidades de vida.
Na minha cidade (no Norte de Goiás) há décadas a fio, membros da comunidade local afetados por esse mal, penam nesse calvário, por jurisdições distantes, na busca de alívio para seus males; num vai e vem, sem fim...
Almas, carecidas de atenção especial, cuidados, saúde, respeito, dignidade... Diretos basilares em parte, negado-lhes, no seu próprio município de origem.
Autoridades que podem atuar em prol desta causa em questão, atuem!Nenhum de vós (ou de nós) queiramos passar o que esses pacientes passam...
— Nem tão pouco sejam (ou sejamos) omissos em esforços rumo à resolução dessa problemática de saúde da nossa cidade.
... Prefeito, em vez de mendigar por assistência e sobrecarregar o sistema de saúde de outros municípios, pelo contrário: ofereça à sua comunidade esse serviço.
— Com a edificação de uma unidade de tratamento aos pacientes com Insuficiência Renal Crônica. — Claro: estruturada, com equipe multiprofissional, formada por nefrologista, psicólogo… e treinamentos constante aos profissionais afins, para o bom desempenho das suas funções .
Creio não ser somente a carência de recursos financeiros, o motivo de uma não tomada de decisão a este respeito . Talvez seja mesmo a falta de vontade política, resignação à solução do problema.
Se forem feitas algumas contas matemáticas, sobre os gastos nestes traslados de pacientes, e outros, em algumas gestões, possivelmente resultará em maior gasto aos cofres públicos. — Assim, melhor seria a aquisição de uma infraestrutura à altura desta demanda.
No tocante aos insumos empregados no processo de tratamento dessa clientela, há aparelhagens bastante em conta (financeiramente) disponíveis no mercado afim. Gestores municipais, poderão adquiri-los ao serviço de saúde das suas cidades sem tanto custo.
A providência da aquisição do equipamento (unidade terapêutica de tratamento dos pacientes com insuficiência renal crônica), não há de ser nada para uma Prefeitura arcar.
A contratação de médico (s) espespecialista (s) e outros profissionais irá pesar no passivo Municipal, mas o ganho em atendimento, saúde, bem estar será maior e, a população há de agradecer.
À pergunta que não cala: quando se dará a materialização desse sonho comunitário, campos-belense?
*Nemilson Vieira de Morais
Técnico em enfermagem/Gestor Ambiental/Acadêmico Literário.
(23:03:22)