Marrocos: exclusão das províncias da prática agrícola do Kif, "cannabis"
O governo marroquino tem instaurado, terça-feira passada, conforme o porta-voz do governo, uma lei autorizando a produção da erva do kif, para fins medicinais.
Os ativistas, desde a primeira hora, criticaram a posição do governo por não incorporar as províncias de Ouezzane, Tetouan e Larache nas áreas relacionadas com a lei de usos legais da planta de cannabis; um amplo debate entre atores civis e de direitos humanos foi cada vez mais explosivo no seio da sociedade, sobretudo nas zonas remotas, cuja decisão das autoridades tem excluído algumas zonas conhecidas pela presença intensa da planta do kif.
Tem sido a aposta de alguns atores civis, que a província de Wazzan seja incorporada ao cultivo de cannabis, especialmente porque há um potencial geográfico para conter projetos e uma infraestrutura que pode ser apostada para transformar Wazzan em uma verdadeira indústria pólo norte.
Ativistas da província de Wazzan se recusaram a excluir vários grupos, ativos no cultivo de “kif”, como o grupo Al-Wahda, Sidi Boussir, Sidi Radwan, Zumi, Asggen e várias outras zonas; embora não foi autorizado nem tem sido assegurado sob o decreto de implementação, ligado ao projeto de lei objeto dos usos legais da cannabis.
Abdullah Al-Jawt, ativista de direitos humanos do Bab Bard, confirmou, junto ao jornal eletrônico Hespress, que “a província de Wazzan deve ter prioridade no âmbito de uma visão holística da questão do cannabis”, anotando que “estava esperando a integração da província de Wazzan em vez de Taounate”.
Tais províncias de Wazzan, Larache e Tetouan são regiões do norte do reino do Marrocos, consideradas importantes, podendo fazer parte da cadeia da produção desta planta, e não para a agricultura ou outra produção, seja componentes e infraestrutura pronta para este efeito.
Tal decisão governamental tem deixado milhares de agricultores da região chocados, uma vez que os ativistas dos direitos humanos e associações de proteção civil alertam sobre o futuro desconhecido diante desta decisão, mais de dez comunas da região dependem desta agricultura, num quadro da ausência de uma real vontade desenvolvimentista por parte do governo destas zonas rurais.
Chamando o governo para voltar desta injusta exclusão, tornando a região e as zonas capazes de desenvolver as atividades agrícolas sob o título da legalização.
A província de Wazzan é conhecida entre as províncias do norte que cultivam o cânhamo, sendo que existe na região milhares de agricultores sem produção, além de muitos outros procurados pelos judiciário por causa da agricultura, ilegal do cannabis ou de outro trafico.
O governo marroquino enfrenta um verdadeiro desafio, uma região com zonas frágeis e pobres, sujeita ao tráfico de drogas e estupefacientes, todas as forças desta região foram as primeiras a exigir a legalização da cannabis.
Todas as manifestações visam a zona do Wazzan como beneficiar das oficinas de racionamento; o povo depende desta planta para sobreviver são no final, aqueles foram chocados com a decisão do governo de excluir Wazzan deste projeto, sem motivos claros, e isso que muitos marroquinos não entendem como vão ter uma autorização, uma questão injusta e difícil a lidar com os moradores furiosos dessa região pobre.
Finalmente foram apontadas as regiões ou zonas licenciadas para o cultivo e produção de cannabis, tal exploração destes viveiros sobretudo nas províncias de Al Hoceima, Chefchaouen e Taounate, deixa a porta aberta com a possibilidade de adicionar outras regiões de acordo com a indústria, dos investidores nacionais e internacionais, no quadro das atividades relacionadas com a cadeia produtiva da cannabis.
Lahcen EL MOUTAQIProfessor universitário- Marrocos