Política espanhol de anexar Ceuta e Melilla à região "Schengen"
Lendo os artigos de alguns dos semanários da imprensa marroquina e espanhol, e aqueles publicados pelo governo espanhol anota-se uma certa pretensão de abandonar a ideia de anexação de Ceuta e Melilla à região europeia de “Schengen”, o que permite aos cidadãos viajantes de Tetouan e Nador cruzar estas localidades sem obter um “visto”.
O governo espanhol tem recusado prestar qualquer esclarecimento sobre esta decisão, soberana, envolvendo o estatuto de ocupação dos enclaves de Ceuta e Melilla, cujos membros do Senado têm discutido esta questão, uma vez que os parlamentares do Partido Popular questionaram o governo; sobre a data e das medidas a tomar visando o afastamento da Ceuta e Melilla de qualquer tratado de “Schengen”.
Lendo também nos artigos publicados pelos sindicalistas, desviando deste contexto, criticando as medidas do governo; tratando de como enfrentar a seca ou o combate da crise econômica ligada à seca, sob medidas de abaixo poder e do mínimo exigido, em termos da distribução de renda para com os pequenos agricultores e trabalhadores agrícolas.
Neste contexto, a Universidade Nacional do Setor Agropecuário, filiada ao Sindicato Marroquino do Trabalho, tem chamado para enfrentar todas as formas de especulação e garantir o apoio aos pequenos agricultores, num esteio da segurança e soberania alimentar, cuja necessidade é de ativar todos os mecanismos políticos relativos, 8 de outubro de 2021.
O Ministro da Agricultura tem assegurado sobre o aumento do ritmo de implementação das medidas sob a lei de base, que fundamenta todos os níveis de integração regional e nacional, visando as demandas dos trabalhadores do setor agropecuário.
Sr Mohamed Ajaifer, diretor do centro regional de investimentos em Laayoune-Sakia El Hamra tem revelado durante seu encontro com uma equipe de trabalho em Rabat, acompanhando uma delegação americana, versando sobre o possível extensão no número de beneficiários de programas de desenvolvimento econômico, sob “American Partnership Initiative” MEPI, incluindo as plataformas digitais Dakhla Connect e Laayoune Connect, bem como um programa independente de qualificação profissional, visando os jovens desempregados em Laayoune e Dakhla.
Segundo a Embaixada dos Estados Unidos da América em Rabat, referendo-se à formatura de 50 jovens empreendedores na cidade de Dakhla, uma nova estratégia para a formação nas áreas de marketing digital, e-commerce e networking, cujo objetivo manter uma capacidade comercial em termos de start-ups.
Além disso, a Associação de Marroquinos Vítimas de Expulsão Arbitrária da Argélia tem denunciado sobre as formas de agressão que ameaca a seguranca dos campos de tindouf, sudeste da Argélia, cuja necessidade é de recorrer à justiça internacional contra estes tipos de crimes contra a humanidade, que Marrocos insta a justiça em favor das vítimas marroquinas e de deportação arbitrária.
No mesmo contexto, Mustafa Ameisi, coordenador do quadro universitário da Associação de Marroquinos Vítimas de Expulsão Arbitrária da Argélia tem denunciado por sua vez a expulsão de marroquinos da Argélia em 1975, sendo o maior deslocamento em massa arbitrário da era moderna.
Por outro lado, Wadih Madih, presidente da Universidade Nacional de Associações de Consumidores instou o Conselho da Concorrência para que continue o caminho de endurecimento das penalidades contra os predadores e especuladores na previdência social do Marrocos.
Finalmente, destaca-se que o governo marroquino detém mecanismos e pacotes de soluções para aliviar o ônus dos aumentos de preços que castigam o consumidor, cujos aumentos nos preços dos combustíveis não só queimam os bolsos dos cidadãos, mas também afundam a crise que é cada vez mais afeta todos os setores da economia nacional, através dos combustíveis, que alimenta o transporte de mercadorias, serviços e negócios.
Por sua vez, Al-Ayyam publicou que o Partido do Movimento Popular de oposição orientou suas duas equipes na Câmara dos representantes e Câmara dos Conselheiros para a realização de uma sessão extraordinária do Parlamento para estudar o projeto de lei de emenda financeira, sob a exigência do governo, Aziz Akhannouch, para manter a crise no país.
O partido de oposição também chamou para uma revisão dos objetivos e escolhas da lei financeira, social, econômica e territorial, descrevendo a situação como "anuladora" dos esforços e desdobramentos sob o domínio da seca.
Quanto ao especialista e analista econômico Abdul-Khaleq Al-Tohamy tem anotado que o Reino vai enfrentar as piores dificuldades econômicas dos últimos anos, exigindo a agilidade na intervenção e apoio necessário aos agricultores de forma a poupar qualquer efeito de uma crise iminente dos sectores produtivos, obrigando a alterar a lei financeira e os pressupostos artigos relativos ao ano de 2022. À luz das alterações económicas, sociais e financeiras.
Finalmente “The Turning Point” constitui o diálogo pelo qual se baseou Badr Al-Din Al-Khamali, pesquisador em direito público e humano, interrogando sobre os protestos populares, colocando o governo num dilema em busca de soluções, salientando sobre as condições no qual foram assentado o Movimento de 20 de Fevereiro, visando uma nova politica por parte do governo de Marrocos, nos contextos marcados por onda de protestos devido aos altos preços, baixo poder do governo em termos de melhorar as condições sociais dos cidadãos.
Tal movimento de protesto não descarta transformar este novo movimento de protesto num possível tipo de moldes do movimento 20 de fevereiro, trata-se de novas campanhas lançadas contra qualquer boicote popular de produtos e commodities, especialmente diante dos altos preços.
Lahcen EL MOUTAQI
Professor universitário, Marrocos