O TRABALHO DO APRENDIZ MAÇOM SOB A ÓTICA DA ALEGORIA DA CAVERNA DE PLATÃO: ALGUMAS APROXIMAÇÕES DO PONTO DE VISTA SUBJETIVO.

 

 

 

            A Maçonaria em sua essência traz mais do que símbolos, ela personifica ações concretas que culminam paulatinamente com o esplendor do progresso humano diante do palco da vida. Ela é tijolo nobre na edificação fraterna e universal do homem. Aqueles que conseguem entrar em suas fileiras são livres e de bons costumes e devem possuir uma consciência de que serão eternos aprendizes. Sendo hermética, por si só naturalmente não deve jamais ser violada por aquele que foi aceito como membro institucional, e como tal, deve lealdade, firmeza, abnegação e dedicação profunda aos seus estudos e princípios para por em prática sua arte.

 

            Platão em seu texto intitulado “Alegoria da Caverna” (Mito da Caverna) – extraído de “A República”- nos presenteia com um diálogo entre seu mestre Sócrates e um discípulo (Glauco), em que a questão do Conhecimento da Verdade é discutida metaforicamente sob a ótica da teoria platônica. A semiobscuridade em que se encontram as pessoas que vivem presas no interior de uma caverna sombria é toda a realidade conhecida por estes indivíduos, que mergulhados na penumbra e diante das projeções de objetos à sua frente e os tendo como únicas referências de mundo existencial não imaginam que fora da caverna exista outro mundo, diferente e iluminado. São prisioneiros de um mundo obscuro, profano! E se por acaso algum prisioneiro fosse libertado e conduzido para o outro lado, o lado de fora da caverna? Talvez no primeiro momento ficasse atordoado, com os olhos cegos diante de tanta luz, ofuscando-o, e só depois então se acostumaria com a claridade, ou seja, com o novo conhecimento e a nova luz a estimular sua curiosidade crescente, ávido por aprender sobre as coisas reais que jamais lhe passara em sua cabeça pudessem existir.

 

            O Aprendiz Maçom Iniciado também faz esta viagem, ele sai da Caverna, mas em forma de Pedra Bruta, um seixo disforme e com argueiros. Aos poucos vai aprendendo que o cinzel é o conhecimento da verdade que vai ajudá-lo a desbastar-se, aparando suas arestas nas imperfeições humanas. Desse modo, a Maçonaria como Instituição e irmandade, emanada de Fraternidade, Igualdade e Liberdade, o ajudará nesse processo de polimento, tornando-o consciente de que o “saber é uma obra inacabada” e por isso mesmo será um eterno aprendiz diante da vida. Mas é percebendo de que ele próprio é o aprendiz, operário e matéria-prima ao mesmo tempo e que sua missão é trabalhar-se, com o objetivo de tornar-se melhor todos os dias em que o Grande Arquiteto Do Universo o presenteia, sem adotar modelos preconcebidos, mas, reconhecer a rocha de que foi talhado e edificar-se para tornar o mundo mais fraterno pelo seu valoroso trabalho.

 

Ricardo Mascarenhas
Enviado por Ricardo Mascarenhas em 20/02/2022
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