A cidade de Petrópolis e o problema das chuvas
A cidade de Petrópolis vem enfrentando há dois dias fortes chuvas que já provocaram desde perdas materiais até perdas humanas. O número de mortos, de acordo o jornal O Estado de Minas, já ultrapassa cem.
Em primeira análise, vê-se uma grande comoção tanto da imprensa quanto da população em geral que buscam, de alguma forma, ajudar às famílias prejudicadas pelas tempestades. Do mesmo modo, vê-se políticos, tanto do próprio Estado do Rio de Janeiro quanto de Brasília, mobilizando-se também para tentar sanar as perdas.
Em segunda análise, esta não é a primeira vez que as fortes tempestades causam grandes prejuízos às cidades brasileiras. Uma rápida busca no “Google” e veremos notícias como “Chuvas causam estragos, provocam mortes e deixam feridos em Ubatuba”, do jornal Folha de São Paulo; “Fortes chuvas causam estragos na região (Sul Fluminense)”, do jornal Destaque Popular. Já virou tradição acompanhar, principalmente pela televisão, pessoas desesperadas procurando por familiares em meio a escombros causados pelas enxurradas.
Em terceira e última análise, todos os anos vê-se a mesma comoção a pedir ajuda por alguma cidade arrasada pelas chuvas, mas não se vê ninguém ou pedindo medidas mais incisivas do poder público ou mesmo ações concretas para que tais desastres não voltem mais a acontecer. É como se as vidas perdidas não servissem de lição para que desastres assim não voltem a matar mais pessoas.
Portanto, ajudar às famílias de Petrópolis, apesar de um gesto nobre, não acaba com o problema — trata-se apenas de uma ação pontual e não duradoura. O correto, conforme já dito, é cobrar das autoridades ações que sanem o problema de diversas cidades em relação às chuvas, como os constantes alagamentos e desmoronamentos que, não uma, mas diversas vezes, alertaram sobre os perigos causados pelo descaso do poder público.