O que me agrada
Desde que me pus a pensar sobre as coisas, descobri que por esse caminho, tortuoso às vezes, se chega a outras possibilidades que antes não se apresentavam ou não eram fonte de observação. Não se nega, porém, e, por honestidade para com o pensar filósofico, precisa se reconhecer que desse magnífico exercício, nasce um outro ser. Da descoberta a que se chegou, o que antes era, do jeito que era, a partir da nova postura, há de reconhecer: nada será como antes. Um novo descortinar se apresenta. Tudo já é com nova vestimenta.
Pensar, essa magnanima capacidade que temos, é, não tenho dúvida em afirmar, a confirmação de que estamos a um passo superior dos outros animais. Temos consciência, e falamos sobre isso, que nascemos, crescemos e morremos. Essa clara inevitabilidade, gostamos ou não, nos permite elocubrar, tecer pareceres e expressar comentários. Quem de nós nunca se deteve num pensamento sobre o que é a vida? Quem nunca se distraiu, talvez sentado numa praça, sozinho, e sem que se desse conta, alheio a tudo que se passsava ao redor, não se despertou e se surpreendeu em ses dar conta de que ficara ali, por tempo que nem calculou,
Se olharmos com atenção, e sem medo do que veremos, concluiremos, ainda que não desejamos, que a finitude, como um raio de sol que chega logo depois da chuva, será o coroamento da nossa existência. É do velho que surge o novo. Essa dialógica relação, mais que a garantia da imortalidade, permite que o conjunto de saberes que se constrói ao longo do tempo, é o conjunto de saberes que nos qualifica e diferencia, dos seres com os quais compartilharmos esse imenso planeta. Daí não nos cabe, porque não temos, o direito de destruir o que a todos pertencem. O planeta não um monopólio nosso. Compartilhamos espaços. Compartilhamos experiências sobre as quais não temos controle. Experieçamos com nossos iguais sentimentos, todavia, também compartilhamos vivências com a fauna e a flora. Repeito, não temos o monopólio do planeta.
Triste àquele que destrói, pois, ao destruir, também, se autodestrói.
E aqui chego, ainda de maneira pouco, ou quase nada, sólida, posto que, o saber não é uma rocha, um monolito. O saber só tem função e sentido se for capaz de se autorrenovar. Se não for assim, não é saber; é dogma.
Pensar sobre as coisas. Eis o que me agrada.