Games antigos... amor eterno!
Quando eu era criança, era apaixonado pelo Super Nintendo! Principalmente pelos games MK2, Super Street Fighter 2 - The New Challengers e Donkey Kong Country.
Para que eu ficasse mais tempo em casa, longe dos perigos da rua e tudo de ruim da infância até a adolescência, bastava terem me dado um de presente e pronto! Moleque controlado e em casa!
Mas não, além de sermos super pobres na época, tinha a ignorância dos familiares que sempre diziam que vídeo games era uma coisa de bandido, uma coisa do mal, que estragava TV e etc. E nunca tinham grana pra isso! Tinham grana pra tudo, menos pra isso!!! Era foda, viu. Todos os meus amiguinhos tinham um, menos eu e meu irmão! Ignoraram o vídeo game na minha vida, achando que eu ficaria livre de toda a negatividade da época. Erraram e feio, porque eu passei a ser moleque de rua, aprendi coisas ruins e vivia dando mais trabalho que o normal. Beeem mais que o normal. Mas nada mudou em questão aos vídeos games, pois mesmo sem ter um, eu frequentava os fliperamas e alimentava sempre a minha vontade insaciável de ter um Super Nintendo, embora nunca fosse suficiente. Minha mãe tentou de todo modo arrancar essa paixão de mim com surras e castigos, mas não adiantou! Um dia ela vai cansar de me bater por causa disso, pensava eu, sempre depois de uma peia bem dada só porque vivia nos fliperamas. Por várias vezes ela foi na porta dos mesmos, me buscar, com uma cinta na mão! Era doloroso, porque não havia espaço pra conversas, só surras! Aprendi a furtar ainda criança, apenas pra comprar um doce e ir bater um game no fliper, de preferência, o mais afastado possível de casa, pra não ter o perigo de levar outra taca da mãe. Apesar de radical demais, hoje vejo isso com muito bom humor!
E como eu disse, o tempo passou, e minha paixão pelos games só aumentou. Tava na cara que ninguém iria tirar esse amor único de minha alma! Com quinze anos fui ter meu primeiro vídeo game (um Poly Station, que nada mais é do que uma versão pirateada do Nintendo 8 bits). Mesmo sendo simples, gráficos horríveis e musiquinhas que pareciam aqueles interfones com defeito, simplesmente amei. Presente do coroa. Alguns dias depois, um amigo me presenteou com uma TV preto e branco. Maravilhoso! Nunca na vida eu tive uma tv e um game no meu quarto. Depois disso, com muito custo, veio meu primeiro Super Nintendo (na qual tenho ele guardado até hoje), PS1, Mega drive... e assim a coleção só veio a aumentar. Hoje, atualmente, tenho mais de 50 consoles de coleção, funcionando! E nem tô contando os que não funcionam. Atualmente, sei toda a história dos games, tenho documentários em fitas VHS, revistas, etc; tudo do mais clássico possível. E NÃO ME DESFAÇO DE JEITO NENHUM DESTAS MINHAS RARIDADES!
E graças aos vídeo games, aprendi a ler bem, desenhar bem, ter criatividade e imaginação. Até na disciplina de inglês e japonês os games me ajudaram a ter um certo entendimento e conhecimento. Tenho certeza que se meus pais tivessem investido mais nisso em mim, garanto que eu não estaria nessa merda de vida hoje!
E tudo isso, essas negações de entretenimento que passei na infância e adolescência foi bem ruim, mas também foi aprendizado. Hoje eu sou um homem que tem trauma de ser pai justamente por causa disso e outras coisas que não vem ao caso! Não desejo isso de jeito nenhum, porque não quero que meus filhos passem pelas mesmas merdas que eu passei. Outro detalhe: meu coração se partiria ao meio, se meu moleque pedisse algo e eu não pudesse dar-lhe! Então é melhor ficar sozinho mesmo, com meus gatos! Mas se de repente minha pessoa vier a ser pai, vídeo games será um dos primeiros conhecimentos que irei mostrar ao moleque.
Vídeo games para mim significa manter a criança viva dentro de nossos corações! Podemos ser maiores de idade, mas de menor no coração, graças a este quesito!