Sobre estereótipos

Não é todo estereótipo que é uma representação grosseira e simplista de um grupo específico, porque podem variar em sua precisão. Por exemplo, os dois abaixo:

"Japoneses são, em média, um povo higiênico",

"Japoneses são, em média, um povo educado"

O primeiro parece mais condizente com a realidade que afirma do que o segundo. O primeiro, além de provavelmente mais verdadeiro, também se baseia em um adjetivo menos complexo do que o segundo, porque é facilmente compreensível no que se consiste, de apreço constante à assepsia pessoal. O único fator que pode problematizar esse estereótipo é como as autoridades japonesas lidam com todo o lixo produzido pelo país. Aqui, o estereótipo também se refere mais a hábitos superficiais, de, por exemplo, manter a casa limpa ou não jogar lixo na rua, do que hábitos ou práticas que vão além da esfera individual, como a preocupação com a reciclagem.

O segundo estereótipo lida com um conceito multidimensional, já que a educação pode se manifestar de várias maneiras que, inclusive, não precisam estar plenamente coerentes entre si. Por exemplo, a educação a partir de práticas de etiqueta, de acordo com os códigos de determinado grupo social e a que é mais essencial, por se basear na prática de empatia e respeito. Nesse caso, os japoneses, em média, parecem ser mais educados em espaços públicos, por exemplo, nas ruas, e não necessariamente em ambientes familiares ou que forçam a uma maior intimidade, se sua educação é mais sobre obediência às leis e às autoridades, bem como de discrição, do que, novamente, sobre buscar ter empatia e respeito com todos [que realmente merecerem].

Mais um Thiago
Enviado por Mais um Thiago em 26/11/2021
Reeditado em 10/05/2022
Código do texto: T7394136
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