A questão da maternidade solo no Brasil
O conto A confissão de Leontina, de Lygia Telles, mostra, dentre tantas coisas, a história de uma família governada por uma mãe solteira, sob aspecto da protagonista - cujo nome compõe o título da narração. A estória explicita os membros do laço familiar: a mãe e três filhos; e o enredo avança, mostrando a grande dificuldade financeira que eles vivem. Apesar de ser uma ficção, a realidade da maternidade solo no Brasil é semelhante com a do conto: árdua. Isso se dá pelo preconceito social e também pelo machismo estrutural.
Em primeiro lugar, cabe alusão histórica do estigma que persegue a mulheres que chefiam sozinhas seus lares parentais. Esta é: desde o século passado (e outros anteriores a ele), a figura da mãe não-casada é vista como negativa por causa da acusação, falsa ou não, da sociedade acerca da mesma exercer a prostituição; ou até mesmo ser uma pessoa sem escrúpulos nos relacionamentos. Esse julgamento infundado marginaliza a figura dessas mulheres, que passam a ser vistas como párias.
Ademais, a estrutura patriarcal do Estado brasileiro, desde sempre, prejudica as pessoas do sexo feminino de diversas formas. Uma prova é a dificuldade delas em conseguir trabalho, haja vista o costume de patrões em preferirem contratar homens, alegando possíveis licenças de maternidade como empecilho, fato que prejudica a vida das mães solteiras em manterem suas famílias por causa da insegurança financeira.
Fica exposta, portanto, a urgência em diminuir essa problemática. Deve, por meio do Poder Legislativo, ser estudada e aprovada uma lei que possibilite a educação das pessoas acerca da maternidade solo, atuando, principalmente, em debates escolares e propagandas governamentais, a fim de mitigar o preconceito. Dessa forma, as "mães de Leontina" do Brasil terão mais apoio da população na educação e criação de seus filhos.
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feito apressadamente