GRAVATAS BORBOLETAS
GRAVATAS BORBOLETAS
Sáurios supremacistas habitam torres e palácios
Suas escórias ocupam neles todos os espaços:
Casas, apartamentos, sítios, fazendas e palácios
Pagos com dinheiro público sem suor e trabalho
Eles apenas fazem discursos nos púlpitos arenas
Palcos, tablados e mutretas de palanques cheiram
A talco, como bumbum de bebê. Promessas mil
Discursos, céu de brigadeiro cor de anil. Uma
Vez eleitos, lá estão eles, esquerdas e direitos
Concentram as verbas do dinheiro público em
Seus leitos e em currais eleitorais sedentos sim
A todo momento, de mais e mais cifras e tutu
Os recursos infindáveis. As verbas, igual aves
Voam em direção aos bolsos dos corruptos de
Todas as maneiras turvas. Como não bastassem
As estradas e escolas não construídas, o asfalto
De terra batida, os hospitais sem equipamentos
Aos médicos não faltam os sais dos quais se
Alimentam. Suas almas claras, suas auras caras
Ainda contam com os bilhões e bilhões de ajuda
De cu, cus, custos para suas campanhas eleito
Eleitorais. No Congresso fazem leis para se aba
Abarrotarem de mais e mais engenhos e artes
Artifícios característicos de excelências no pó
Poder. Roubar e assaltar: tudo dentro do script
Constitucional. Enquanto funcionários públicos
Esperam dezenas de anos pela liberação de
Precatórios que poderiam salvá-los de serem
Lançados na cova rasa de suas aposentadorias
E salários, o toca dor de Lira na Câmara faz de
Tudo um pouco para mandá-los todos, já
Enrugados, caducando, em direção aos sete
Sete palmos de chão. O Lira toca a lira para
Ele presenteada pela satanizada governança
Do mais desastrado e corrupto mandatário
O Brucutu que quer ver todos os brasileiros
Armados e se matando entre si. Só quem é
Vidente pode ver todas essas evidências???
Só quem sabe onde é Luanda saberá me dá
Valor??? Por que não vale quanto pesa a
Literatura e a cultura que não está sendo
Produzida no cercadinho do Carniceiro do
Palácio do Planalto??? Fogo eterno para
Afugentar o inferno pra outro lugar. Fogo
Eterno pra consumir o inferno fora daqui.
Minha literatura de quintal diz verdades
De Verbo e do Sol enquanto sinais de que
A Liberdade de ser e de pensar não existe
Nos porões dos palácios onde não há lei
Veracidade, lisura e bálsamo, mas apenas
Esqueletos da Covi-19 em seus armários.
(P.S: Neste texto usei frases da música "Palco" de Gilberto Gil.
Uma homenagem antecipada à sua eleição para a Academia Brasileira
de Letras).