Solidariedade como uma maneira de atacar diretamente o capitalismo??

Nada mais anti-capitalista e, portanto, revolucionário do que praticar a solidariedade, literal, sistemática e constantemente. Mas, claro, apenas ou especialmente para quem merecer..

(Dica: nunca seja solidário com "fascistas" natos, pelo contrário, se tiver a oportunidade de fazer o oposto...)

Agora, imagine uma sociedade ou, pelo menos, grupos e comunidades de indivíduos que estão sempre sendo solidários uns com os outros e, ainda por cima, dotados de consciência social e ecológica??

Eu até comentei em outro texto que, nós, progressistas, deveríamos passar a praticar, de fato, aquilo que mais prezamos, a solidariedade. E que, em termos estruturais e estratégicos, seria interessante se seguíssemos os passos das instituições mais bem sucedidas da história humana (infelizmente), as "religiões" organizadas: construindo ou se apropriando de locais para reunião, convívio social, troca de ideias, ajudas, segurança, para fazer novas amizades, estreitar as existentes... tal como uma sociedade paralela, forte, coesa, influente, inteligente, atraente e, claro, organizada.

Eu sei que isso pode parecer um pouco com o experimento social do filme alemão "A Onda". Mas essas comunidades seriam constituídas a partir do princípio da solidariedade e não de poder e troca pragmática de interesses, como hierarquias horizontais (com vários líderes), prevenindo que se transformem em autocracias ou que indivíduos mal intencionados se infiltrem dentro dessas comunidades e tomem o controle delas.

(Não seria pedir demais se essas comunidades, a priori, auto-solidárias, sempre se baseassem na verdade, sem ideologias que filtram a percepção da realidade, diminuindo o risco de que cometam atos equivocados, especialmente injustiças).