Capitalismo, variedade e poluição

Os defensores do capitalismo costumam usar a enorme variedade de produtos, resultado da competição acirrada entre empresários, em busca de lucros, como um exemplo de sucesso desse sistema, especialmente em relação ao "socialismo", ao compará-la com a produção menos variada de economias estatizadas. No entanto, se uma falta de variedade nas prateleiras pode ser ruim, um excesso também, principalmente se ou por estar contribuindo, e muito, para a poluição do meio ambiente.

E para quê ou para quem???

Especialmente para encher os bolsos de sujeitos gananciosos que só pensam em dinheiro. Basicamente isso.

Pois se existem produtos que são indispensáveis ao nosso uso diário, existem muitos outros disponíveis no mercado que não fariam falta se fossem substituídos ou eliminados de circulação. O xampu, por exemplo, poderia ser substituído pelo sabonete e que até pode ser produzido em casa. No entanto, graças à propaganda ou, lavagem cerebral capitalista: atraente, constante e sutil, temos naturalizado a sua suposta indispensabilidade, particularmente apelativo para os mais vaidosos, que não usam apenas o xampu, mas um coquetel de "produtos de beleza" que são vendidos aos bilhões de unidades e, rapidamente descartados na natureza, depois do seu consumo. E perceba que estou falando apenas de uma indústria...

Mas, qual o mecanismo psicológico preferido pelos capitalistas para convencer as pessoas a consumir de maneira irresponsável ou compulsiva??

É a indução de emoções negativas: de baixa autoestima, inveja, medo de rejeição, narcisismo, de uma sensação de falta que só pode ser resolvida pela compra e aquisição de certo produto, sempre associando o consumo à realização pessoal ou felicidade subjetiva.

Como conclusão, parece inequívoco que esse sistema rigorosamente promove a alienação filosófica, isto é, em relação ao que mais importa, se o significado da vida/experiência humana, a partir de sua hegemonia, tem sido reduzido e centralizado em torno do consumo e do acúmulo de dinheiro.

Resumindo francamente o capitalismo: destrói-se o mundo natural para acumular um papel que, na verdade, não tem nenhum valor e que irá em boa parte parar nas mãos de sociopatas. Uma armadilha para nos alienar e, então, nos explorar.