Com a palavra, a ONU!

Tecendo relação passado-presente-futuro, a sociedade globalizada enfrentará, no século XXI, imbróglios das mais distintas ordens. A globalização sugere que os assuntos gerais de interesse humano convirjam ao que se convencionou denominar universalismo. O problema é que, na ausência de governança internacional efetiva, os interesses humanitários, não raro, são postos em segundo plano, a exemplo do que aconteceu e acontece em Moçambique.

Sua história é marcada por dificuldades, a começar por sangrenta guerra travada com Portugal, de 1964 a 1974, em prol da independência. Passado o conflito, iniciou-se outro: grupos de interesses disputaram o controle do país, o que se estendeu até os anos de 1990, com saldo de mais de um milhão de vidas ceifadas por causas relacionadas direta ou indiretamente à guerra (fome e doenças).

Desde 2015, Moçambique se encontra sob ataque de terroristas do Estado Islâmico em busca de matérias-primas lucrativas. Segundo o canal Hoje no Mundo Militar (vídeo: “Moçambique sob ataque!), em 2021, há um contingente de mais de onze mil militares a operar reativamente na província de Cabo Delgado, além de exércitos privados da Rússia e da África do Sul (regime de cooperação com o governo moçambicano).

Portugal também decidiu colaborar mediante envio de dezenas de militares em missão de treinamento, auxílio e coordenação. O ataque do Estado Islâmico em Moçambique possui objetivo certo: conquistar áreas ricas em petróleo e gás natural para financiar ações terroristas.

Conforme o canal referido, o Estado Islâmico já auferiu mais de um bilhão de dólares com a venda desses insumos no mercado negro. Os terroristas encontraram no norte moçambicano, região próspera, janela de oportundade para conquistar a província de Cabo Delgado e torná-la Estado fundamentalista islâmico.

A região de Cabo Delgado é rica em petróleo e gás natural. Os ataques em Moçambique foram intensificados desde 2018. Os terroristas cercam aldeias e cidades, sequestram e executam civis para obrigar apoio à causa.

De acordo com o canal mencionado, estimam-se mais de cinco mil execuções na província de Cabo Delgado e fuga de mais de quinhentas mil pessoas de seus lares. Desde 2020, em razão da crise sanitária internacional, os ataques recrudesceram. Os terroristas conquistaram cidades importantes.

Em março de 2021, deu-se ofensiva contra a cidade de Palma (polo moçambicano de processamento de gás natural extraído do oceano). A força de segurança moçambicana tenta coibir avanço maior do inimigo. Atualmente, Ruanda distribui força conjunta para Moçambique.

Pouco a imprensa mundial tem noticiado a respeito. Com a palavra, o sistema das Nações Unidas. Todas as nações prósperas, a exemplo do Brasil, estão sujeitas a esse tipo de ataque por atores das mais distintas ordens, a começar, por quem se transveste de paladino dos direitos ambientais e humanos.

Por sinal, a expressão direito (s) humano (s) chega a ser redundante, já que direito é objeto cultural, portanto, humano. Atualmente, é inegável o viés político-ideológico e retórico de sua utilização. Que a ONU efetive, então, humanos direitos.

@engenhodeletras

Professora Ana Paula
Enviado por Professora Ana Paula em 14/07/2021
Reeditado em 14/07/2021
Código do texto: T7299119
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