O LIDER

05jun21

Liderar não é questão de escolha, nem dos liderados, nem de quem lidera. Liderar é o encontro de uma série de fatores em um membro do grupo que permite a todos os outros o sentimento de segurança e a motivação pelo feito, feito no sentido do fazer e do que é necessário para a existência e a manutenção do grupo, sobrevivência. No grupo sempre existirão desequilíbrios e caberá ao líder intervir para que estes desequilíbrios não pesem excessivamente de um lado a ponto de romper o constante pulsar das inclinações toleráveis que propiciam ao grupo o caminhar e sua evolução.

O líder se faz presente até pelo silêncio, mas nunca pela omissão. O silêncio do líder pode significar que ainda que exista uma preferência de sua parte, ela não sendo manifestada preserva a “integridade grupal” sem, contudo, significar que ele líder não tenha opinião enquanto indivíduo.

O líder é um condutor e como tal precisa ter a antevisão do enxadrista. A “vitória”, que pode ser simplesmente a preservação do grupo, depende dos movimentos que fará com todas as peças existentes no grupo, reis, rainhas, bispos, cavalos, torres e peões.

O líder enquanto indivíduo pode ter “fraquezas” e estas fraquezas até podem ser compartilhadas com o grupo como forma de mostrar que o líder apesar de “sofrer” não deixa que tal “sofrimento” seja um fator de “derrota”. Suas fraquezas nunca serão maiores que suas “fortalezas”.

A liderança não é um dom e sim uma missão. De uma missão não cabe desistir. Podemos até afastar dela eventualmente, mas ela nos cobrará o retorno.

O treinamento permite que o líder apure suas qualidades e técnicas, mas o treinamento por si só não cria líderes.

Mais do que nunca precisamos que os líderes apareçam e exerçam a sua missão caso contrário os oportunistas se aproveitarão e por sua incapacidade de liderar destruíram a tudo e a todos e assim se sentirão “donos” de tudo, pois o tudo virou nada após “liderarem”.

São Miguel dos bem-mandados que nos protejam.

Geraldo Cerqueira