Bolo de palavras
Escrever é como fazer um bolo. Os ingredientes estão disponíveis ali, no universo das palavras, disse-me alguém um dia.
Contudo, na infinidade de verbetes disponíveis, a escolha torna-se, por vezes, difícil de se fazer. É preciso considerar o público de destino, objetivos a atingir, ênfase a dar, "feedback" possível e outras tantas variáveis.
Some a tudo isso à sutiliza que se deseja, ou, porque não, à acidez a imprimir no seu texto.
Se ainda uma única virgula estiver ausente ou fora do lugar, todo contexto poderá ser alterado e atingir o objetivo diverso do desejado.
Esse "bolo" de palavras esmeradamente elaborado poderá não ser apreciado pelo público, ou mesmo, entendido de forma muito peculiar ou fora no pretendido.
Misturar ingredientes como política, religião e futebol, é, sem sombra de dúvida, um caminho bem curto para estabelecer discórdia.
Então fazer um bolo é muito mais fácil! Os ingredientes estão ali no armário e seu o número é bem reduzido, facilitando as escolhas. Não bastasse isso, após misturados e sovados, perdem sua identidade no produto final. Nenhum deles pode ser apontado individualmente.
E, para terminar a questão; o número de pessoas que fazem bolo é infinitamente maior em relação ao que escreve, provando que esta tarefa é mais difícil.
Discussões à parte, eu escrevo! Só que não faço bolo.