As Relações marroquino-espanholas entre as altas e baixas, motivo o Saara ocidental, Ceuta e Melilla

No momento  em que se esperava, Marrocos e Espanha realizarem uma cimeira bilateral adiada por várias vezes, Pedro Sanchez, primeiro-ministro espanhol, preparando-se para realizar, nos próximos dias, uma visita à África, excluindo o Marrocos.

Neste contexto, Hassan Bellawan, especialista em relações internacionais considerou que : “As relações marroquino-espanholas estão passando por período cujo  impacto de crises silenciosas impactam, devido a um conjunto de questões e de contenção colocadas a mesa de diálogos e de negociações, sem portanto ter o clima, levando cada vez mais ao adiamento de reuniões de cúpulas e dos altos comitês bilaterais”.

“A questão do Saara marroquino continua sendo um dos pontos mais difíceis nas relações entre os dois países vizinhos, logo depois dos ocorridos a exemplo  do reconhecimento americano da soberania de Marrocos sobre suas províncias do sul,  o que parece irritar a Espanha, expressando abertamente a sua oposição a esta decisão ", sublinhou Balawan num comunicado ao jornal eletrônico Hespress.

Tal especialista explicou que, neste contexto, a crise das relações marroquino-espanholas, consideradas como históricas e estratégicas, surgindo neste contexto mais de tempos a tempos, envolvendo questões políticas, de segurança e económicas,  sempre se impondo, através de três grandes questões. : migração,  Saara, Ceuta e Melilla.

Acrescentando que “a posição da Espanha sobre o Saara marroquino - a título da ex-potência colonial -  conhecida e certa, aparentemente por seu ponto de vista tendenciosa para a legitimidade internacional e das decisões do Conselho de Segurança, tanto quanto em outros cálculos, consideram como o equilíbrio de interesses entre Marrocos e Argélia, por um lado e a questão de Ceuta e Melilha, por outro lado".

Sr Ballawan tem também referido à tentativa da maioria dos sucessivos governos da Espanha e por décadas para manter relações estratégicas com Marrocos, enquanto este último  tem também mostrado uma cooperação para com todos os assuntos comuns, apesar do adiamento da palestra oficial sobre as duas cidades ocupadas, Ceuta e Melilla. resultado da posição espanhola pretendida ser equilibrada em relação a questão do Saara.

E o mesmo porta-voz explicou que: “Com a crescente onda de extremistas de direita e esquerda na Espanha, algumas vozes começaram a aparecer de dentro do parlamento espanhol, incitando o governo a opor-se às reivindicações legítimas de Marrocos quanto a sua integridade territorial; tais pontos provem de individuais e posições informais e comunicados,  publicados por representantes de instituições no estado ou outros, afetando as relações entre os dois países.

 

Além disso, a Argélia tenta superar essa tensão silenciosa, intensificando as visitas e encontros com autoridades espanholas, sendo a mais recente a visita do ministro das Relações Exteriores argelino, Sabri Boukadoum, à Espanha. 

Tais linhas gerais,  o Sr Belouane frisou que a tensão na relação entre o Marrocos e a Espanha, consequências da sua aproximação com Argélia, através de um conjunto de pontos, dos quais “a interconexão dos assuntos e o entrelaçamento das relações marroquino-espanholas tornando-as entre as baixas e altas,  tensas mas ao mesmo tempo se preservam, sem chegar à separação e à ruptura, uma vez cada país precisa do outro em virtude da proximidade geográfica e da superposição de interesses políticos, da segurança e econonomia.

O segundo ponto mencionado considera que “sempre a Espanha  tenta apertar os parafusos contra Marrocos em relação à questão do Saara, este último contra ataca com questões da imigração, da segurança, da Ceuta e Melilha, a nível que  tais assuntos não cheguem ao confronto global”.

Finalmente outro ponto, segundo Ballouane, referindo-se “  quando Argélia tente atrair a Espanha com privilégios e vantagens econômicas, coordenando posições contra a integridade territorial de Marrocos, resultado o fracasso, em virtude  de que Madrid não pode dissipar seus interesses geoestratégicos para com Marrocos, dada a sua localização geográfica e sua profundidade africana e árabe. ”

Lahcen EL MOUTAQI

Professor universitário, Rabat, Marrocos

ELMOUTAQI
Enviado por ELMOUTAQI em 30/03/2021
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