CARA MÃEZINHA
CARA MÃEZINHA
Há mãezinhas queridas que não querem cresçam os filhos
Elas há que desejam não amadureçam, não sejam homens
Ao crescer cada filho(a) não mais poderá ser manipulado
Por sua vontade vodu. A mental idade materna, “boma”
Afetuosa se proclama acima de tudo, acima da empatia
Devem supostamente a ela, obediência total, os pariu
Afinal, pode exigir deles o que quiser, quando quiser
Quem os carregou por nove meses afins, atados à urna
Quem orgulhosa acariciava a densa bigorna, esfregava
Nela as mãos como quem acariciava a futura vítima
Da perversa vontade de validar a própria dominação
Desejava a autoridade legitimada pela aceitação tática
De sua instância geracional poderosa. Minha mãezinha
Uma supremacista branca que se dizia neta de alemão
Julgava-se acima de todos os brasileiros natos. Eles não
Não tinham sangue teutão. Logo, não sabiam o que
Poderia ser melhor para eles. Quem mais saberia, senão
Aqueles arianos da 5ª raça-raiz à qual ela pertencia???
Torturasse os filhos com seus castigos era o bem deles
Todos deveriam sujeitar-se sem mais reclamações
Calados senão haja tapas na boca e não adianta correr
Se correr será pior: “formiga quando quer se perder
Cria asas”, dizia ela com perversa ameaça. Sim, é
Desse jeito mesmo, se não aceitar “a porta da rua é
Serventia da casa”. Eu desesperava para ser ouvido
E não ter meu futuro esquecido. Desejava por vezes
Gritar: “por favor pare de me torturar”. Ela fazia de
Seu lar, um “amargo doce lar”. Respondia a cada
Uma de minhas demandas: “Você já sabe: escreveu
Não leu, pau comeu”. Sua educação ela havia tido
Num campo de concentração??? Criava filhos
Como quem cria cães. Sua vontade machista
Havia de não ser contestada nunca. Diálogo???
Jamais, ela sempre sabia o q cada filho queria
E dizia: nenhum deles teria vontade própria
Afinal falava sempre: “o galo onde canta janta”
A suástica era sua bandeira brasileira. Amava
A cultura política do 3° Reich. Orgulhava-se
Nunca eu soube por quê? Do berço germano
Sua vontade machista e supremacista como
Se dissesse: “quem não tem escolha não pode
Ter fome”. Ou: “quem como do meu pirão
Apanha de meu cinturão”. Era como estivesse
Sempre a dizer: “sou mais macho que muito
Hôme”. Anjos caídos, homens caídos filhos
Caídos no colo dela. Sua burca de mãe nunca
Escondia nenhuma simpatia por meus apelos
Onde ela escondia sua empatia??? Não havia
Nela nenhuma simpatia, apenas perversidade
E arrogância!!! Quem poderia salvar-se dela
De sua insanidade. Ela não teve infância nem
Primavera, exceto advindas das trevas. Seu
Coração de mãe fora cooptado pelo príncipe
De uma aurora perdida onde dominava ele, o
Infante dos horrores??? Seu intelecto primevo
Não conseguiu chegar um palmo além, logo
Após o Bojador??? Sua alma estava deveras
Vencida pelo carma de seus antepassados???
Seu coração cativado pelo senhor das trevas
Não mais poderia banhar-se na Água da Vida.
Pobre mãezinha, bem te gostaria sim, querida.