Ainda sobre o(s) problema(s) do ativismo antirracista...
...bem como de outros ativismos
Será que a maioria dos ativistas antirracistas realmente sabe como ajudar a resolver os problemas crônicos das comunidades periféricas [ou populações ''negras'] ??
Mulheres negras e pardas são desproporcionalmente atingidas pela violência doméstica, que não é resultado do ''racismo estrutural'' ou do ''privilégio branco'', mas de falta de caráter ou de controle emocional dos seus parceiros, parentes... enfim, de homens, em sua maioria, negros e pardos, que as agridem e/ou matam.
Homens negros e pardos são desproporcionalmente vitimados pela violência e que também não pode ser absolutamente creditado ao "racismo estrutural" ou ao "privilégio branco" porque a maioria dos seus algozes são de outros homens, negros e pardos...
Rivalidades acirradas entre gangues, crimes de honra e/ou, de maneira geral, maior incidência de masculinidade tóxica, são os fatores mais importantes que explicam os altos índices de violência observados neste segmento demográfico.
Portanto, o problema, essencialmente falando, não é a raça, tal como pensam os racistas, ou o fato de serem homens, tal como pensam as feministas radicais, ou o fato de serem pobres, tal como pensam muitos ativistas de esquerda...
No entanto, tem sido o modus operandi de ativistas antirracistas culpar apenas as circunstâncias socioeconômicas desfavoráveis, causadas pelo capitalismo, e principalmente o racismo, porque acreditam na narrativa de que "negros estão sofrendo um verdadeiro genocídio orquestrado pela polícia ou pelo Estado" e, argumentar diferente disso se transformou numa espécie de "heresia politicamente incorreta", com direito a ser precipitadamente julgado como uma pessoa insensível e cruel.
É lógico que viver na pobreza, relativa ou extrema, aumenta o risco de que mais jovens acabem caindo no mundo do crime. Ainda assim, o que percebemos é que a maioria dos jovens pobres, de todas as raças, busca sobreviver com dignidade a essas condições que têm sido praticamente impostas pelas "elites" econômica e política (especialmente as "conservadoras"). Portanto, outros fatores, além da pobreza ou da desigualdade, devem ser levados em consideração, e o psico-cognitivo parece ser um dos mais importantes justamente por apresentar um padrão constante, que independe das circunstâncias ou da classe social...
Com esse e outros textos que já produzi e que não são condescendentes aos equívocos cometidos e constantemente retroalimentados por frentes progressistas, eu tenho, como única intenção, tentar ajudá-las em suas autocríticas pois é justamente esta incapacidade que tem sido uma das principais responsáveis pelo avanço da ultradireita no cenário político atual. Porque não adianta culparem apenas algoritmos e fake news pela perda de credibilidade das esquerdas perante ampla parcela da população, em vários países ocidentais, quando, conscientes ou não disso, agem com base no raciocínio de que os fins justificam os meios, se os meios usados distorcem fatos, perpetuam injustiças e aumentam ao invés de diminuírem os problemas existentes...
Mas, então, como (começar a) solucioná-los???
Porque a maioria dos progressistas acredita que a índole não é o fator mais importante para explicar as nossas condutas morais, logo, propõem, como medida de longo prazo para solucionar o problema da violência, por uma educação de qualidade, se acreditam que a correlação entre menor escolaridade e propensão ao cometimento de crimes de colarinho azul, é uma causalidade. Também propõem pelo fim das desigualdades sociais porque acreditam ou usam o argumento de que a pobreza causa essa propensão.
Sim, eu concordo totalmente com o fim das desigualdades, especialmente das extremas, por serem injustas, mas, como fazê-lo??
Pois mesmo se houvesse uma repentina e planejada melhoria na qualidade de vida dos moradores de comunidades carentes, por exemplo, substituindo suas moradias, geralmente precárias, por casas seguras e bonitas, asfaltando as ruas, promovendo o saneamento básico e equipando suas escolas com o que tem de melhor, que são medidas louváveis, desejáveis e necessárias, ainda é muito provável que não eliminariam essa tendência para o comportamento agressivo ou para a masculinidade tóxica de muitos homens "pretos e periféricos" porque o "elefante branco nesta sala" continuaria a ser a índole.
As abordagens possivelmente mais eficientes para diminuir, podendo até reduzir de maneira significativa, a criminalidade nessas comunidades e elevar a qualidade de vida de suas populações, associadas à essa promoção de melhorias estruturais citadas, seriam condenadas como práticas de "eugenia", vagamente falando, pela maioria dos progressistas porque, a priori, como medida branda, se consistiriam no massivo incentivo ao planejamento familiar, especialmente das famílias mais pobres e, como medida mais profunda, o rastreamento de linhagens polimórficas de onde nascem a maioria desses indivíduos, não apenas de homens negros de classe social "baixa" (basal), que desde cedo ou que, ao longo da vida, vai demonstrando fraqueza de caráter: incapacidade de empatia e racionalidade, de se colocar no lugar do outro, de aprender a conter impulsos e a pensar nas consequências das próprias ações... e posteriores isolamento social ou internação em instituições especificamente designadas (idealmente pensadas e constituídas), esterilização... e no caso dos tipos mais complicados, como não existe nenhum remédio que, definitivamente, controle impulsos predatórios, até mesmo a castração química poderia ser viável. Tudo para evitar que cometam atos cruéis livremente, mas também que não sejamos forçados a "praticá-los" com eles como último recurso de defesa ou contenção. No entanto, a adoção dessas medidas, sem também propor mudanças mais profundas nas estruturas socioeconômicas responsáveis pelas desigualdades extremas, mais se parecerá como uma higienização das classes trabalhadoras pelas "elites" e, lembrando que todas as classes sociais deveriam passar pelos mesmos processos, especialmente no caso de medida mais contundente de combate à criminalidade... de todos os tipos (??).
O incentivo massificado ao planejamento familiar claro que, associado à melhoria das condições sociais, seria, a priori, a medida mais adequada, já que combateria de frente o problema malthusiano das famílias mais pobres em que o número de bocas para alimentar de um núcleo familiar típico excede à sua capacidade econômica, por exemplo, de compra da cesta básica. Desprezando que, famílias muito pobres já apresentam, em média, características [predominantemente intrínsecas] que as desfavorecem perante a competição imposta ou típica de sociedades capitalistas, como uma menor capacidade cognitiva.
Só que, para a grande maioria dos progressistas, as minhas palavras soarão como às de mais um fascistinha de merda que odeia pobre e preto, de um racista//nazista que, na verdade, só quer diminuir essa população, de um eugenista esnobe e "punitivista". Talvez esnobe eu também seja se somos um pouco de tudo, inclusive de adjetivos não muito virtuosos. Mas, se quisermos realmente pensar na resolução de boa parte dos problemas que afligem essa e, em menor ou maior grau, as outras populações humanas, temos que pensar seriamente, incluindo propor medidas bem menos brandas ou abstratas que eles tendem a preferir. Ah, e mediante o estrago da nossa pegada no meio ambiente, eu sou totalmente favorável pela diminuição da população humana, bem como de todas as nossas ações que alimentam esse ciclo de destruição e desequilíbrio...
Tem uma hipótese evolutiva que eu acho muito lógica para explicar o problema da correlação positiva entre comportamentos explicitamente violentos, ser homem e pertencer à classe social "baixa", não apenas um problema comum às populações negras... que é a de que ambientes sociais precários podem aumentar a pressão seletiva por homens com tipos de personalidade mais combativas e, portanto, potencialmente agressivas ou tóxicas, ao invés de selecionar pelos mais pacíficos, principalmente se não tiver nenhum mecanismo de contenção da fertilidade desses mais agressivos. Uma maior proporção de homens jovens, competitivos, individualistas, territorialistas e tóxicos ocupando o mesmo território = mais violência. É verdade que, por causa da complexa natureza humana, tendemos ao polimorfismo e, portanto, nem todo filho de peixe, peixinho será. Ainda assim isso não significa que os nossos padrões de hereditariedade e transmissão biológica inter-geracional são completamente aleatórios se podemos observar tendências lógicas, por exemplo, de que filhos de pais "mais inteligentes'' tendem a puxá-los neste aspecto, que não se limita ao mesmo e que não é reflexo absoluto da criação dada por eles. Eu já comentei em outro texto, distante, que as esquerdas têm demonizado o termo eugenia como se só pudesse ter serventia para o mau uso ou de ser sinônimo de nazismo. No entanto, da mesma maneira que conseguimos ter algum controle sobre o meio natural também precisamos ter sobre o antrópico. O grande desafio seria de construir meios de controle eficientes, justos e humanitários, que não têm sido a regra. Uma demonstração de que não temos controle adequado ou ideal sobre a qualidade do meio antrópico é justamente pelo predomínio de tipos sociopáticos no topo da pirâmide social resultando na normalização de injustiças, corrupção e alienação. Se é verdade que traços psicológicos e cognitivos não são apenas produtos do meio, que não nascemos como "folhas em branco", que podemos prever ou perceber padrões de comportamento anti social desde a tenra infância assim como também um espectro de diversidade de tendências, então, pode ser possível nos anteciparmos para que corruptos não mais abundem na política e desvirtuem a sociedade de um caminho constante de melhorias estruturais ou que tipos violentos prosperem em domínio territorial, fertilidade diferencial, currículo de crimes contra inocentes e desarmonia social em áreas urbanas.
Mas, volto a dizer com a absoluta certeza de que a maioria dos progressistas condenaria o conteúdo deste texto e o seu autor, o que me faz concluir que um dos maiores entraves para o sucesso político e cultural das esquerdas no mundo ocidental está nelas mesmas pois têm demonstrado uma incapacidade praticamente natural de aceitarem que cometem equívocos graves, que não são apenas erros estratégicos, por exemplo, de conseguirem admitir que "aqueles fascistas" e também as ditas "massas" não estão errados sobre absolutamente tudo, tal como pensam, inclusive ou especialmente sobre alguns dos pontos que polemizam mais..
Para não cometer nenhuma injustiça, destaco aqui, no final do texto, os pontos defendidos por ativistas antirracistas que estão ou que considero como os mais certos e algumas ressalvas. Rapidamente... de que o racismo realmente precisa ser combatido, de que as pessoas devem ser julgadas por suas características intrínsecas e não superficiais. Mas que também precisa ser plenamente compreendido pois não basta dizer que qualquer ofensa verbal é racismo, no mesmo nível de gravidade de ações que excluem ou vitimam injustamente indivíduos por causa de suas raças. Ou que não existe racismo contra brancos bem como diferenças legítimas entre preferência e preconceito, que precisamos desenvolver esses tópicos com mais profundidade e justiça pois é assim que começaremos a, de fato, dialogar, conciliar e conceder não apenas com outros progressistas mas também com o máximo de pessoas que conseguirmos alcançar, enfim, com a pluralidade ideológica que geralmente caracterizam as populações humanas.
De que as autoridades precisam começar a resolver o problema da superlotação e/ou falta de organização de penitenciárias, com muitos casos não-julgados incluindo de inocentes, de tipos que cometeram crimes "menores', e que só estão mantidos em cárcere por serem pobres, especialmente, da truculência policial generalizada no lido com moradores de comunidades carentes; da proliferação de milícias corruptas...
Como conclusão e dica para quem lê os meus textos sobre política e concorda com os meus apontamentos, de que precisamos ser muito mais diretos com as massas progressistas questionando-as sobre o que de fato querem, se querem derrotar as direitas, especialmente a ultradireita, que tem avançado muito ou perigosamente nas últimas décadas, não só "por derrotar" mas tendo total consciência do que significa sua perpetuação no poder, ou se estão mais preocupadas em alimentar seus egos famintos e gulosos... e com a elevada chance de ainda não conseguirmos extrair da maioria delas repostas satisfatoriamente honestas..