Um Dia Desses, Lendo Mário Quintana

Um dia desses, aproveitando o começo das férias, limpando a minha caixa de e-mail. Tive a sorte de encontrar um poema de um dos maiores poetas brasileiros de todos os tempos, o gaúcho da cidade de Alegrete, Mário Quintana. Fiquei muito feliz, pois fazia muito tempo que eu não lia a Canção do Amor Imprevisto.

Canção do Amor Imprevisto

Eu sou um homem fechado.

O mundo me tornou egoísta e mau.

E a minha poesia é um vício triste,

Desesperado e solitário

Que eu faço tudo por abafar.

Mas tu apareceste com a tua boca fresca de madrugada,

Com o teu passo leve,

Com esses teus cabelos…

E o homem taciturno ficou imóvel, sem compreender nada, numa alegria atônita…

A súbita, a dolorosa alegria de um espantalho inútil

Aonde viessem pousar os passarinhos.

( Mario Quintana )

(Poema conferido por mim mesmo em Antologia Poética. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2007. p. 64)

Vinicius Moratta
Enviado por Vinicius Moratta em 23/12/2020
Código do texto: T7142653
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