Um Dia Desses, Lendo Mário Quintana
Um dia desses, aproveitando o começo das férias, limpando a minha caixa de e-mail. Tive a sorte de encontrar um poema de um dos maiores poetas brasileiros de todos os tempos, o gaúcho da cidade de Alegrete, Mário Quintana. Fiquei muito feliz, pois fazia muito tempo que eu não lia a Canção do Amor Imprevisto.
Canção do Amor Imprevisto
Eu sou um homem fechado.
O mundo me tornou egoísta e mau.
E a minha poesia é um vício triste,
Desesperado e solitário
Que eu faço tudo por abafar.
Mas tu apareceste com a tua boca fresca de madrugada,
Com o teu passo leve,
Com esses teus cabelos…
E o homem taciturno ficou imóvel, sem compreender nada, numa alegria atônita…
A súbita, a dolorosa alegria de um espantalho inútil
Aonde viessem pousar os passarinhos.
( Mario Quintana )
(Poema conferido por mim mesmo em Antologia Poética. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2007. p. 64)