Leonel Brizola e o capitalismo

Nunca fui fã de Leonel Brizola e o considero um dos culpados por termos amargado 21 anos de regime de exceção. Reconheço que o regime militar realizou grandes obras de infraestrutura, mas isso é questão de separar as coisas. Pois bem, eu vivi os anos 60 e sei muito bem que no tempo de Goulart houve uma grande subversão de fundo comunista, não é mentira nenhuma, teve comício com foice e martelo, quebra de hierarquia militar, mil coisas sinalizando um cerco ao poder que provavelmente afastaria o próprio Jango, que não era comunista mas foi envolvido pela politicagem (fato reconhecido pelo seu amigo, o grande Cardeal Mota).
Entretanto, depois de ter sido um dos lideres da subversão esquerdista, Brizola suportou 17 anos de exílio e na volta estava mais moderado e sensato, aparentemente.
Um belo dia eu o assisti na televisão (ninguém me contou) observando algo surpreendente: que não havia necessidade, para as reformas, de alterar o sistema do nosso país. Ou seja, as reformas necessárias podiam ser feitas dentro do capitalismo. E pouco tempo depois, tomei conhecimento que Brizola sugeria que adotassemos como modelo a Austrália.
Vocês entenderam? Não Cuba, Rússia, Polônia ou Iugoslavia, na época regimes comunistas (Cuba até hoje), mas a Austrália capitalista.
É fácil verificar que os países capitalistas dão muito mais certo que os socialistas e que socialismo traz consigo miseria, atraso, opressão e violência. Não sou a favor de um capitalismo especulativo mas, um que se baseie no trabalho e na produção. E ponto final, socialismo é endeusamento do Estado.
Se o conselho de Leonel Brizola houvesse sido atendido, se tivéssemos buscado seguir o modelo australiano, creio que estaríamos em melhor situação. Pelo menos o modelo da Austrália daquelas décadas de 80 e 90, não sei agora que aquele grande país foi flagelado pelos mais espantosos incêndios do século e o Scott Morrison ainda foi brigar com a Greta Thunberg porque ela pôs a boca no trombone. Mas isso já é outra história.