O eleitorado carioca e Eduardo Paes

O eleitorado carioca e Eduardo Paes

Miguel Carqueija

Não queria nem tratar desse assunto, pois tenho coisas mais interessantes para me ocupar. Mas a premência do tempo me leva a escrever alguma coisa, já com atraso.

As pesquisas eleitorais já “decidiram” que Eduardo Paes será o próximo prefeito do Rio de Janeiro, o segundo turno ocorre domingo agora.

Será a terceira vez de Paes como prefeito do Rio, mas será que os nossos eleitores em geral têm consciência do risco que correm?

Os problemas deste homem de reputação duvidosa com a Justiça são muitos e, se for eleito, há o risco de não completar o mandato, como aconteceu com Pezão e Witzel no governo estadual fluminense.

Ele é investigado pelo Ministério Público Federal, é acusado de falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e corrupção, foi recentemente denunciado por Paulo Messina naquilo mesmo que Crivella reclama: ter deixado a Prefeitura sem recursos.

Segundo a página noticias.R7.com, em publicação de 8 de setembro último, “O ex-prefeito já tem um histórico de processos e denúncias de corrupção, relacionados com sua gestão no município.” Ele é investigado por um “esquema milionário de fraudes na construção do Complexo Esportivo de Deodoro”. Existe o caso do Secretário de Obras, Alexandre Pinto, já condenado à prisão (sete anos) acusado de corrupção passiva.

Não estou inventando nada, as notícias estão aí, como se pode ver:

https://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/alvo-da-justica-paes-tem-historico-de-processos-por-corrupcao-08092020

https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2020/09/08/paes-denunciado-pelo-mp-rj-por-corrupcao.htm

Obviamente ele tem direito à defesa, mas sabemos de longa data que Eduardo Paes é um indivíduo arrogante, debochado, e que realizou péssima gestão como prefeito, com algumas atitudes de pura baixaria, como na célebre conversa telefônica com Lula, e ao sugerir a uma senhora humilde, ao lhe entregar as chaves de um apartamento popular, que lá ela poderia transar bastante.

No debate da Band com Marcello Crivella, faz poucos dias, Paes mostrou-se deseducado e pedante, ao chamar a toda hora seu adversário de “pai da mentira”, o que caracteriza, a meu ver, falta de respeito. Ele já fugiu de responder, no primeiro debate (do primeiro turno, onde havia, claro, mais candidatos), um questionamento sobre a senhora humilde acima mencionada. E na propaganda eleitoral que eu flagrei anteontem, na parte de Eduardo Paes, apareceu uma mulher que passou o tempo todo esmiuçando acusações contra Crivella, o horário de Paes passou inteirinho sem que ele viesse a público falar de seu programa de governo, que é o que interessa. Tratou-se apenas de disparar acusações contra Crivella, apenas isso. Ora, pergunto eu, isso é propaganda eleitoral? Só falar mal do adversário?

Eleger esse sujeito colocará a nós, cariocas, em sério risco, tendo em vista os sinais de perigo que acompanham essa candidatura cabotina.