RACISMO POLÍTICO ESTRUTURAL
RACISMO POLÍTICO ESTRUTURAL
As periferias pululam de meninas e meninos
Brincam presentes sem saber nada do futuro
Brincam no escuro: brancas, negras amarelas
Futura mente estarão presentes no “trottoir”
Esquinas, bares e boates dentro e fora do país
Corpos juvenis em oferta: os compra dores
Desvalorizam o que eles valem nos hospitais
Fábricas e lugares nas novelas e teatros caem
Como se ratos fossem nas arapucas da pólis
Acreditam-se os melhores artistas, habitam
A City arcaica nas metrópoles modernistas
Destacam-se dentre todas as crianças de cor
As vítimas mais fáceis dos ultrajes a rigor
Ao crescerem veem que a vida não é só
Brincar e jogar bola sob as bandeirolas
De Alfredo Volpi nos quintais da cultura
O mix populista das artes políticas usam
Abusam da real idade de seus relaxos
Jovens negros que não calçam chuteiras
Nem fazem gols nos estádios das “bolas”
As galeras esquecem que nas câmaras
De vereadores, deputados e assessores
As “rachadinhas” roubam seus salários
E a violência nas ruas mata seus filhos
Vidas negras não importam. As polícias
Caem chutando, a socos e pontapés, aos
Trancos, nos barrancos caem as vítimas
Da violência truculenta das milícias
Há quem não cobre o resgate da justiça
Os eventos mórbidos mataram Marielle
Em 14 de março de 2018/Rio de Janeiro
Em novembro de 2020, onde estão eles
Os mandantes do crime??? A polícia
A justiça de salto alto não sabe ainda
Estarão eles nas câmaras baixas, nas
Câmaras altas no Palácio do Planalto???
Perguntar ofende as altas autoridades???
Vidas negras importam sim, todas elas
Vidas brancas de pobres brancos também
São vidas negras sim. Nos magistérios
Tvvisivas salas de aula ensinam a fazer
Doces pudins, saladas de frutas e afins
Qual o mais delicioso feijão com carne
Assada??? Você sabe fazer cuscuz???
Sabe menina, cuscuz com margarina???
Seus semelhantes, os astronautas estão
Viagem marcada, ao centro da Galáxia
E você aí descalça vestindo calcinha
No motel das fadas durinhas, faturas
Trocados. Em troca viras Dona Xepa
Depois das gorjetas obtidas colheitas
À sombra dos laranjais. Enquanto isso
Seus semelhantes astros da NASA
Empenham-se em direção ao Centro
Da Galáxia onde viceja um Buraco
Um Buraco Negro. És, garota negra
O alvo da conquista da Via Láctea
Nos programas de calouros, cantam
Maviosas canções, moças e moços
Cantores de boca nos micro fones
Nos palcos das giras te expões bela
Na passarela do cenário lupanar
Tua voz em oferta Black-Friday
Venceste com isso o Apartheid???
Estruturas racistas de olho gordo
Mestres cucas nas cozinhas malucas
Agora viraste realeza, mulata menina
Menina branca, menina pobre, criança
Negra, aluna dedicada, aprendiz
Nas escolas de samba do mangue
Estudaste como fazer tutu e saladas
És o alvo dos foguetes da NASA
Em direção ao Paraíso Perdido
Dos dinossauros. Aos buracos
Negros no Centro da Galáxia!!!