O R Á C U L O D E D E C I O
O R Á C U L O D E D E C I O
Você quer saber quem põe o mundo a perder
Em catorze de novembro de dois mil e vinte
Reaparecem excitados fanfarrões no palanque
Poderosos das perdidas ilusões e seus trampos
Fazem seus seguidores, sem prumo, viajar
Viajar na maionese da ideia subterrânea vazia
Seus delírios confundem-se com suas chicanas
Criminosos da dieta de hambúrgueres congelados
São bestas selvagens vestidas a rigor. Carregam
Trombetas, buzinas e zarabatanas atômicas
Debaixo do sovaco arcos e flechas high-tech
O inimigo é todo cidadão que pensa e esteja
Fora dos conformes de suas mágicas de camelô
Abusam do poder da própria curtida ignorância
Fazem arder o fogo fariseu de fezes fedidas
No “water-closet” de latrinas chiques privadas
Sem a mais mínima noção de humana idade
Repetem frases de efeito e soltam puns fedidos
Antes de ir deitar na cama das metamorfoses
Onde pesadelos renovam-se a fortalecer dissídios
E políticas públicas afinadas com suas vaidades
Repetem frases sagradas tornando-as tumulto
Descontextualizando seus sacros significados:
Conhecei A Verdade E A Verdade Vos Libertará
Como se das trevas de suas mentiras pudesse
A luz da vera cidade encontrar algum abrigo
Pregam a cega submissão à própria autoridade
E acreditam que o sono mesmérico e totalitário
Possa um dia vingar em todos os corações e mentes
Sedentos de justiça e cansados, consumidos fardos
Na luta diária para fazer valer a coletiva dignidade
Pessoal, familiar e da sociedade aviltada por eles
O Poder plástico e criativo do saber e da educação
É esnobado pelo magnetismo da fiel corrupção
A natureza da alma comunitária é diária mente
Lançada no útero apodrecido de suas convicções
E contam com o fanatismo mórbido de seus cães
Para fazer valer suas necessidades pífias, vulgares
Como se fossem elas o ritual sagrado dos altares
Exploram a fé e a esperança dos subordinados
Como se fossem seus escravos fiéis e panfletários.